Em nova investida, Bolsonaro dialoga com partidos por formação de base aliada

Na semana passada, algumas siglas ouviram o presidente, mas reafirmaram independência

Escrito por Redação ,
Legenda: A falta de uma base consolidada já prejudicou o Governo em votações no Congresso Nacional
Foto: Foto: Saulo Cruz/Congresso Nacional

Sem sucesso na primeira tentativa, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltará a se reunir com dirigentes partidários na ideia de formar uma base aliada no Poder Legislativo. Nesta terça-feira (9), ele se encontrará com dirigentes do PR e do Solidariedade. Já na quarta (10), será a vez de abrir o gabinete presidencial para o PSL, o Novo, o Avante e o Podemos.

Com a exceção do PSL, as demais siglas apresentam resistência em aderir a uma coalizão governista. O Solidariedade e o Podemos, por exemplo, já anunciaram posição de independência. "Não há chance de sermos oposição ou base. O Podemos ajuda o Governo, mas somos independentes", afirmou a presidente do Podemos, Renata Abreu.

"A nossa ideia é ficar independente. Não dá para ir para o Governo", afirmou o dirigente do Solidariedade, Paulinho da Força. Há três meses à frente do Palácio do Planalto, o presidente ainda não conseguiu formar uma base, o que já o prejudicou em votações de interesse do Governo.

A ideia é que, nos encontros com dirigentes, Bolsonaro ressalte que o Planalto está aberto a receber demandas e sugestões das bancadas federais e que abrirá mais espaço na agenda para as siglas.

Nas reuniões, de acordo com assessores presidenciais, ele pedirá apoio a pautas governistas, como a reforma da Previdência, e deve sinalizar de maneira sutil interesse de que as siglas façam parte da base aliada. O tom foi o mesmo adotado na semana passada, quando o presidente se reuniu com PSDB, DEM, PRB, MDB, PP e PSD, mas não teve resultado favorável. Na saída do encontro, dirigentes reforçaram posição de independência e nenhum partido garantiu adesão à base aliada.

Para tentar superar uma articulação frágil com o Poder Legislativo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), tem proposto aos partidos a criação de um conselho político. A ideia é que ele seja formado por dirigentes das legendas e líderes partidários e que se reúna com Jair Bolsonaro uma vez por mês. Dispositivo semelhante foi também criado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no início de seu segundo mandato.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.