Deputados aprovam ida de Eudes à Assembleia

Escrito por Redação ,
Foram votados dois requerimentos pedindo que o petista se explique sobre as denúncias de espionagem

Os deputados Ely Aguiar e Fernando Hugo apresentaram requerimento solicitando a ida de Eudes Xavier à Assembleia Legislativa FOTO: JOSÉ LEOMAR

A Assembleia Legislativa aprovou, ontem, dois requerimentos solicitando a presença do deputado Eudes Xavier (PT) no plenário da Casa para prestar esclarecimentos sobre denúncias de espionagem, envolvendo o governador Cid Gomes, feitas pelo petista no plenário da Câmara Federal. Já o pedido de abertura de CPI solicitado pela deputada Fernanda Pessoa (PR) para investigar o envolvimento de Cid e aliados no esquema de grampos contra adversários políticos, entre eles o pai da parlamentar e ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, conseguiu apenas três assinaturas.

Conforme informou a deputada, na última quarta-feira, através de um mandado de busca e apreensão, inspetores da Polícia Civil estiveram na residência de Roberto Pessoa e apreenderam um computador que estava sob o poder do ex-gestor. No fim da sessão de ontem, Fernanda Pessoa chegou a apresentar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito e tentou colher algumas assinaturas, mas poucos deputados aderiram à proposta.

Somente Antônio Carlos (PT), Eliane Novais (PSB) e a republicana assinaram a solicitação. "Pessoal tem medo de assinar porque o mandato não é deles", disse em tom de ironia Fernanda, referindo-se aos suplentes que estão na Casa nas vagas de deputados titulares. Para que a CPI passe a tramitar, são necessárias as assinaturas de pelo menos 14 parlamentares, o que dificilmente ocorrerá, visto a larga base aliada de Cid Gomes.

Na verdade, a intenção da republicana era testar se o deputado Osmar Baquit (PSD) iria assinar o documento, visto que, em plenário, ele afirmou que, caso apresentasse uma CPI tratando do assunto, queria que a deputada assinasse. Ela disse que teria o prazer em ser a primeira a assinar, por isso procurou o parlamentar para que ele fosse um dos primeiros apoiadores do inquérito proposto por ela.

Bate-boca

Os dois protagonizaram um bate-boca na entrada do plenário da Casa. "Isso aqui que a senhora está fazendo é um oportunismo barato. Eu disse que iria apresentar uma CPI do meu modo e queria a sua assinatura", esbravejou Baquit. E Fernanda retrucou: "Se o senhor não quer assinar, então não assina".

No plenário da Assembleia, a discussão também foi intensa por conta das propostas apresentadas por Ely Aguiar (PSDC) e Fernando Hugo (PSDB). Os dois requeriam a presença de Eudes Xavier para esclarecer as denúncias feitas por ele. No entanto, o primeiro condicionava que o petista apenas falaria e que não seria permitido qualquer questionamento por parte dos parlamentares da Casa. Essa ressalva gerou muitas críticas por parte dos deputados governistas.

Depois de um embate intenso, o deputado Tin Gomes (PHS), que presidia a sessão, permitiu que as duas matérias fossem colocadas em pauta, mas retirou o artigo do requerimento de Ely Aguiar que tratava justamente da condição imposta. Os requerimentos foram aprovados por todos os parlamentares presentes à sessão.

Denúncias

"No pronunciamento do (Anthony) Garotinho está claro de onde essas denúncias estão vindo. Por que esses e-mails não bateram no gabinete de outros deputados? Só chegaram para à Luizianne e para o Roberto Pessoa? Ninguém teve acesso", questionou Osmar Baquit, lembrando pronunciamento do deputado do PR, na última quarta-feira, na Câmara Federal. Na ocasião, Garotinho informou que recebeu os e-mails das mãos de Lúcio Alcântara, presidente do PR no Ceará, e Roberto Pessoa.

"Alguém tem que responder por um ato ilícito ou leviano. Mas não podemos é fazer juízo de valor antes dos fatos serem apurados", ponderou Antônio Carlos. Fernanda Pessoa chegou a chamar o governador Cid Gomes de "mentiroso", afirmando que no caso envolvendo o empresário Moraizinho e as denúncias da revista Veja, o gestor havia dito que a sentença corre na primeira instância, mas, segundo ela, já teria sido finalizada.

O deputado federal Eudes Xavier ainda foi chamado de "covarde" por Carlomano Marques por não ter assumido quem lhe enviou os documentos com os referidos e-mails. "Temos que aprovar os requerimentos para que fique patente a implícita covardia do deputado Eudes Xavier", completou.
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