Com mais um tucano, aumenta o número de cearenses que integram o Governo Bolsonaro

A expectativa é que o canal de diálogo entre o governo petista de Camilo Santana (PT) e o presidente Jair Bolsonaro seja intensificado. São pelo menos cinco áreas de atuação nos postos ocupados

Escrito por Wagner Mendes ,
Legenda: Raimundo Gomes de Matos tinha mandato na Câmara desde 1997, mas não foi reeleito em 2018
Foto: Foto: Fernanda Siebra

Saúde, Segurança, Inclusão Social, Economia e Tesouro Nacional. Essas são as áreas que cearenses têm interferência direta no Governo Federal após assumirem postos estratégicos em Brasília. São também potenciais canais de diálogo contínuo do governador Camilo Santana (PT) com o Palácio do Planalto.

A última nomeação de um cearense feita pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) envolve o ex-deputado federal Raimundo Matos (PSDB), que assumiu a Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtividade Urbana.

O órgão é vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Social, do Ministério da Cidadania. Além disso, o cargo reúne ações também da Secretaria Nacional de Economia Solidária, função que antes era atribuída aos antigos ministérios do Desenvolvimento Social (MDS) e do Trabalho (MTE).

Quadro histórico do PSDB, Raimundo Gomes de Matos disputou a reeleição para uma cadeira na Câmara dos Deputados, em 2018, mas não teve êxito. É mais um caso de acomodação política em cargos após derrota na eleição.

De acordo com o tucano, a nova secretaria tem como uma das missões fazer a transição dos beneficiários do programa Bolsa Família, fortalecendo a capacitação profissional, entre outras ações de inclusão social. A função tem a prerrogativa de desempenhar, ainda, políticas de fortalecimento da economia solidária no Brasil, do microcrédito, do sistema S, cooperativismo, entre outros.

Raimundo Matos se soma a outros cinco cearenses que foram nomeados desde o mês passado para integrar o primeiro e o segundo escalões do Governo Bolsonaro.

Além do ex-parlamentar, estão na equipe ministerial o general da reserva Guilherme Theophilo, na Secretaria Nacional de Segurança Pública; Mayra Pinheiro, na Secretaria da Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde; Mansueto Almeida, na Secretaria do Tesouro Nacional; Waldery Rodrigues Júnior, na Secretaria da Fazenda; e José Roberto Carlos Cavalcante, na Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtividade Rural.

As nomeações de lideranças regionais também têm influência nas articulações do presidente para se aproximar da região Nordeste, onde não venceu nas eleições de outubro do ano passado.

Nomeações

Na semana passada, uma comitiva de oito deputados federais do Ceará se reuniu com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em Brasília, para tratar das articulações entre o Estado e o Palácio do Planalto.

Na pauta, o receio da unificação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ventilada desde o início do ano. O tema, tratado na última quarta-feira (20), acabou não gerando conclusões.

A possibilidade de mais nomeações também foi alvo de discussão na reunião, segundo os cearenses que participaram do encontro. A expectativa, no entanto, é que a equipe do presidente irá intensificar a distribuição dos cargos que ainda não foram preenchidos depois do feriado prolongado de Carnaval.

Interlocução

O grupo de cearenses em postos estratégicos de Brasília pode ajudar o governador Camilo Santana (PT) na administração estadual. O petista, adversário político do presidente eleito no ano passado, manteve diálogo com interlocutores de Bolsonaro já nos primeiros dias de governo.

Com a crise na Segurança Pública, Camilo Santana precisou tratar diretamente com o ex-adversário na última eleição, o ex-tucano general Theophilo, para encontrar saídas contra as ondas de ataques criminosos no Estado. A expectativa é que os canais de interlocução com o Planalto se fortaleçam com o sétimo cearense integrando o novo Governo Federal.

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