Bolsonaro retorna de Israel e vai articular reforma com líderes

Enquanto Guedes vai defender a nova Previdência na CCJ nesta quarta, presidente reúne líderes partidários na quinta

Escrito por Redação ,
Legenda: Bolsonaro visitou o Museu do Holocausto em memória aos 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas
Foto: AFP

O presidente Jair Bolsonaro encerrou sua terceira viagem ao exterior (EUA, Chile e Israel) e deve retomar as atividades no Palácio do Planalto, na tarde de quinta-feira, quando deverá se reunir com líderes de partidos, de olho na articulação política para aprovar a proposta de reforma da Previdência.

A primeira batalha deve ser a votação do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto deve ser apresentado na próxima semana.

Antes disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai participar nesta quarta-feira de audiência pública na CCJ. "Espero um debate técnico, discutindo a matéria, dando protagonismo à CCJ neste momento", disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vai acompanhar Guedes.

Encerrando a viagem a Israel, Bolsonaro indicou o fim da temporada de polêmicas sobre a falta de articulação política do Governo e afirmou que vai reservar "meio-dia da agenda no Brasil" para receber parlamentares e conversar. Segundo ele, está aberto ao diálogo. Afirmou também que, no segundo semestre, pretende visitar países árabes (locais ainda indefinidos).

Holocausto

Um dia depois de se tornar o primeiro chefe de Estado estrangeiro a visitar o Muro das Lamentações ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Bolsonaro fez, nesta terça, uma visita que sempre integra as agendas de líderes internacionais em viagens oficiais a Israel. O presidente brasileiro foi ao Centro de Memória do Holocausto, Yad Vashem, museu público construído em homenagem a vítimas e opositores do massacre de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

"Tendo o coração sido tocado ao voltar à Terra Santa, deixo apenas duas mensagens. Como cristão, que está na Bíblia, João 8:32, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. E a outra é uma frase minha que creio que cabe neste local, onde fazemos um exame de consciência. Aquele que esquece o seu passado está condenado a não ter futuro. Eu amo Israel", disse Bolsonaro aos jornalistas. A citação de versículo bíblico é uma constante nos pronunciamentos de Bolsonaro, e foi incluída em seu discurso de posse na Presidência.

Já a frase que o presidente atribuiu a sua autoria - e que é a mesma que ele escreveu no livro de hóspedes da casa de Netanyahu - aparece com variações na escrita de vários autores, entre eles o filósofo espanhol George Santayana (1863-1952), para quem "aqueles que não podem lembrar do passado estão condenados a repeti-lo".

No Hall da Memória do Yad Vashem, Bolsonaro participou da tradicional cerimônia de oferenda floral, seguida do acionamento da chamada Chama Eterna.

Bancada do PSD

O PSD foi o primeiro convidado na série de reuniões convocadas pelo ministro Paulo Guedes (Economia). O encontro foi nesta terça-feira, com 12 parlamentares da legenda.  Presente na reunião, o deputado federal Domingos Neto (PSD), coordenador da bancada cearense, avaliou como “muito boa” a iniciativa do ministro. “Ele tomou a iniciativa, um movimento positivo que ele tá fazendo”. Segundo ele, a equipe econômica do Governo tentou sensibilizar a bancada sobre a importância das mudanças na Previdência.

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