Bolsonaro reclama de "canalha"; Lula fala em "milicianos"

Um dia após a soltura do petista, presidente se manifesta em rede social, enquanto Lula faz discurso inflamado para militância

Escrito por Redação ,
Legenda: Fora do cárcere, Lula voltou a atacar Bolsonaro e Lava Jato
Foto: Fotos: AFP

Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva voltaram, neste sábado, a trocar insultos, um dia após a soltura do petista, marcando o acirramento da polarização política e ideológica entre direita e esquerda.

O ex-presidente afirmou, na tarde deste sábado, a centenas de militantes que estavam em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), que precisava provar “que o juiz Moro (agora ministro) não é juiz, mas um canalha, e que (Deltan) Dalagnol não era promotor”. “Eu tenho mais uns dez processos nas costas, mas é uma mentira atrás da outra. Vocês viram que inventaram uma mentira e tentaram prender a Dilma”, disse Lula.

O ex-presidente disse também que Bolsonaro deve sua eleição ao ex-juiz federal e atual ministro da Justiça. “Eleição de Bolsonaro também se deve à campanha de fake news feita contra o Fernando Haddad”, disse o petista durante o discurso. Este é o 2º discurso de Lula depois de ter deixado a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Ao convocar a militância, Lula se referiu à gestão Bolsonaro como de milicianos. “Não adianta ficar com medo. Não adianta ficar preocupado com as ameaças que eles fazem na televisão, que vai ter miliciano, que vai ter AI-5 outra vez. A gente tem que ter a seguinte decisão: esse País é de 210 milhões de habitantes, e a gente não pode permitir que os milicianos acabem com este País que nós construímos”.

Planalto

Já Bolsonaro escreveu em uma rede social, na manhã deste sábado, duas mensagens em que recomenda não dar “munição ao canalha”, em referência ao ex-presidente.

“Amantes da liberdade e do bem, somos a maioria. Não podemos cometer erros”, diz a postagem. “Sem um norte e um comando, mesmo a melhor tropa, se torna num (sic) bando que atira para todos os lados, inclusive nos amigos. Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”, afirma.

Nos dois tuítes, Bolsonaro não cita nenhum nome e evita qualquer menção direta a adversários políticos que ganharam liberdade após a decisão do Supremo de derrubar a prisão após a condenação em segunda instância.

Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tuitou que a liberdade do ex-presidente vai provocar uma nova reunião de forças antipetistas.

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