Bolsonaro fala em criar partido

Presidente volta a indicar saída do PSL e diz que não teria dificuldade de criar uma legenda, que poderia se chamar Partido da Defesa Nacional

Escrito por Redação , politica@verdesmares.com.br
Legenda: Em Abu Dhabi, Bolsonaro e o xeique emirático assistem a uma luta de jiu-jítsu
Foto: Foto: PR

Jair Bolsonaro parece decidido a deixar o PSL, que rachou em duas alas após divergências entre o presidente nacional do partido, Luciano Bivar, e o grupo liderado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Em seu giro pela Ásia, iniciado na semana passada, o presidente da República fala até em criar o Partido da Defesa Nacional.

Reservadamente, aliados do presidente dizem acreditar que ele teria facilidade em coletar as 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a criação de uma legenda usando a militância virtual. A ideia é colocar os militantes - mesma rede que o ajudou na eleição de 2018 - para coletar os apoiamentos.

Sobre o novo partido, Bolsonaro comentou, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, que "não teria dificuldade" em criar uma nova sigla. "É um nome bonito, né? Tem que ser um nome que agregue", disse o presidente. "O ideal agora seria ser xifópago (gêmeos que nascem ligados), seria separar. Nunca solta de paraquedas sem um extra. Essa possibilidade sempre vai existir. O ideal é um novo partido. Não teria dificuldade em criar", comentou.

Eleição municipal

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que deixou a liderança do Governo no Congresso, ser candidata à Presidência pelo PSL, o presidente reagiu, mas falou apenas de eleições municipais, onde ela também foi cogitada como candidata.

"Boa sorte para ela. Eu acho que a Joice se elegeria sem estar do meu lado. Quando se expõe de forma explícita, atrapalha. Interferirei o mínimo possível nas eleições municipais", afirmou Bolsonaro. Ele classificou de imaturidade a crise no partido e a reação de Joice. "Com mulher é diferente. Com homem a gente vai e fala um palavrão. Mas quem erra é que tem que ir atrás", disse.

O presidente volta ao Brasil na próxima quinta. Ontem, a comitiva presidencial deixou o Catar e seguiu para a Arábia Saudita, onde será recepcionado pelo príncipe herdeiro do país, Mohammed bin Salman.

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