Bloco de oposição deve apoiar Sarto, mas quer garantia de espaços

Membros da bancada oposicionista reconhecem que não têm número suficiente para formar uma chapa contra o candidato pedetista. No entanto, assim como deputados de partidos governistas, eles querem espaço na Mesa Diretora e contam com a presidência de pelo menos duas comissões

Escrito por Miguel Martins ,
Legenda: Deputado federal eleito, Capitão Wagner dialoga com Sarto na Assembleia
Foto: FOTO: JOSÉ LEOMAR

A bancada de oposição que está sendo formada na Assembleia Legislativa por três partidos - PROS, PSL e PSDB - tende a apoiar a candidatura de José Sarto (PDT) à presidência da Mesa Diretora. No dia 1º de fevereiro, quando será eleita o colegiado do biênio 2019-2020, o pedetista pode ter a unanimidade dos votos de seus pares, desde que atenda a algumas demandas de lideranças.

Este, porém, é um dos pontos complicados nas articulações, uma vez que muitas legendas, principalmente da base governista, têm interesse nas sete vagas efetivas e duas suplências da Mesa. Principal liderança do PROS no Ceará, o deputado federal eleito Capitão Wagner afirmou à reportagem que o apoio da bancada ao nome de Sarto foi fechado em conversa com o candidato na noite de ontem.

Até o momento, os únicos nomes acertados para a próxima composição da Mesa Diretora são o do próprio Sarto e o do deputado Evandro Leitão (PDT), que deve ser o primeiro-secretário da Casa. Segundo Wagner, o grupo deve assegurar a presidência de duas comissões - Recursos Hídricos e Defesa Social - e também tem participação garantida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Orçamento. "Com seis parlamentares, a gente tem direito a uma vaga na Mesa Diretora e pelo menos à presidência de uma comissão, além de vaga nas comissões importantes", defendeu Wagner.

Comissões

Mais cedo, o parlamentar já havia argumentado que, "se for definido como o Sarto tem colocado para a imprensa, respeitando a proporcionalidade partidária), a gente tem esses espaços". Capitão Wagner também demandou uma vaga ao bloco na Mesa Diretora. "Isso é o mais complicado, por conta da questão regimental. O restante é praticamente certo", afirmou.

Soldado Noélio (PROS) acredita que a formatação de um bloco com PSL e PSDB é importante para que a oposição tenha mais espaços na Casa. "Não podemos compor uma chapa, mas vamos dialogar de forma muito equilibrada para tentar formar um bloco e fortalecer a oposição. Se estivermos em um bloco, saímos mais fortalecidos".

Esse é o mesmo pensamento de Renato Roseno (PSOL). O socialista informou que o diretório estadual do partido vai se reunir neste domingo (20) para definir, dentre outras pautas, qual vai ser a posição em relação à presidência da Assembleia Legislativa. Roseno foi um dos parlamentares da oposição já citados por José Sarto como bom exemplo de deputado de oposição na Casa na última Legislatura.

Heitor Férrer (SD), que fará oposição a Camilo Santana, também já definiu voto em Sarto, escolhido pela maior bancada da Casa. "O nome do Sarto será unanimemente votado. Ele me ligou, e vou votar nele também", disse.

O presidente do PSL no Ceará, deputado federal eleito Heitor Freire, afirmou que ainda vai se reunir com a bancada para articular encaminhamentos relacionados à Assembleia, mas destacou que o partido tende a participar do bloco com PROS e PSDB.

A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) também deve aderir ao nome de José Sarto. Ela, porém, defende que os partidos de oposição tenham espaço na Mesa Diretora e comissões técnicas. A parlamentar também deseja maior diálogo entre os membros da oposição na Assembleia, a partir da próxima legislatura.

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