Avaliação positiva do Governo Bolsonaro cai após polêmicas

Ibope captou queda de 15 pontos em relação ao início do mandato

Escrito por Redação ,
Legenda: A três semanas de 100 dias de Governo, pesquisa do Ibope mostrou queda da popularidade de Jair Bolsonaro em março na comparação com janeiro
Foto: AFP

O Governo Bolsonaro está a três semanas para completar 100 dias, marco importante de julgamento da nova gestão. Nesta quarta-feira, saiu um dado preocupante: a avaliação positiva do Governo já caiu 15 pontos percentuais desde o início do mandato, apontou pesquisa do Ibope. A Bolsa caiu com o disparo do botão de alerta no Planalto.

Segundo o instituto, 34% dos brasileiros consideram o Governo ótimo ou bom - esse número era de 49% em janeiro e 39% em fevereiro. Já a avaliação como ruim ou péssimo saltou 13 pontos: de 11% em janeiro para 24% em março.

Bolsonaro tem sua melhor avaliação (61%) entre os evangélicos e os moradores das regiões Norte e Centro-Oeste. Os entrevistados que moram no Nordeste e em municípios com mais de 500 mil habitantes (53% em cada segmento) são os que mais declaram não confiar no presidente.

Os números do Ibope mostram ainda que a avaliação de Bolsonaro é a mais baixa em um princípio de Governo em relação aos últimos três presidentes (FHC, Lula e Dilma). Considerando também o segundo mandato, a avaliação do atual presidente só é superior às de início de segundo mandato de FHC e de Dilma.

Impacto

Os números azedaram o humor dos analistas e respingaram até na Bolsa de Valores, que fechou em queda de 1,55%.

"A pesquisa do Ibope apontando queda da popularidade do presidente e a frustração com a economia menor que o esperado na Previdência dos militares foram fatores que contribuíram para a queda do Ibovespa", disse Alvaro Bandeira, economista-chefe da corretora ModalMais.

Para obter os números, o Ibope fez 2.002 entrevistas nos dias 16, 17, 18 e 19 de março, e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A queda pode estar relacionada, segundo o analista político André César, da consultoria Hold, aos  escândalos que agitaram os primeiros meses de governo, incluindo a questão das candidatas "fantasmas" para o recebimento de fundos de campanha. "O governo não disse ao que veio, o governo não começou. Não entrou em campo ainda", opinou César.

O Governo Bolsonaro tem colecionado polêmicas e recuos em declarações. Também ainda não conseguiu consolidar uma base no Congresso. Após a repercussão diante de um vídeo obsceno compartilhado por Bolsonaro no Carnaval, analistas do Planalto identificaram uma perda de engajamento da militância.

Posição do porta-voz

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, minimizou a redução na confiança dos brasileiros em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Para Rêgo Barros, pesquisas são "fotografias de momento" e é natural o presidente enfrentar certa instabilidade para dar sequência ao seu projeto

Análise dos dados

O porta-voz da Presidência garantiu que os dados serão analisados. "Nosso presidente tem um projeto, tem um pensamento claro, e eventualmente precisa enfrentar algumas vicissitudes para avançar e tornar o nosso País, tenho dito sempre isso, o País do presente, não mais o País do futuro"

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