Aracoiaba elege novo prefeito em eleição suplementar amanhã

Quase 23 mil eleitores aptos a votar devem escolher a nova gestão que deverá governar o município por um ano. São duas chapas que concorrem na cidade. No Ceará, é a quarta eleição fora do período após queda de gestores

Escrito por Flávio Rovere , flavio.rovere@svm.com.br
Legenda: Esta será a quarta eleição suplementar realizada no Ceará só em 2019
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Amanhã, a população do município de Aracoiaba, no Maciço de Baturité, vai às urnas para mais uma eleição suplementar a ser realizada no Estado. 

É o último dos oito municípios cearenses que tiveram prefeitos e vice-prefeitos eleitos em 2016 e afastados do cargo com mandatos cassados a realizar um novo pleito. Thiago Campelo (PDT) e Wellington Oliveira (PL), o Edim da Bill, disputarão a preferência de 22.988 eleitores que estão aptos a votar. 

O candidato Thiago Campelo representa a coligação “Unidos para reconstruir Aracoiaba”, que reúne PDT, PP, PT e PSDB e traz Selma Maria Bezerra Gomes como vice. Já Wellington Oliveira é o candidato da coligação “Um novo tempo vai começar”, com PL, PSC e PSD. José Wilson Dantas da Silva é o vice.

Esta será a quarta eleição suplementar realizada no Ceará só em 2019, após Cascavel, em maio, Tianguá e Irauçuba, ambas em outubro, convocarem seus eleitores fora do período convencional em meio a turbulências no Poder Executivo dos municípios.

No ano passado, Umari, Frecheirinha, Santana do Cariri e Croatá também fizeram o mesmo. A comparação com os eleitos em 2012 mostra um crescimento do cenário de instabilidade dos municípios. Apenas Araripe e Meruoca tiveram seus prefeitos substituídos naquele período.

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubou, em setembro, a liminar que mantinha Antônio Cláudio Pinheiro como prefeito de Aracoiaba, o município vem sendo conduzido pelo ex-presidente da Câmara, Helder Paz, que dá apoio à candidatura de Thiago Campelo. Já Wellington Oliveira, o Edim da Bill, é filho de Maria Valmira Silva de Oliveira, a Dona Bill, mãe do cantor Wesley Safadão e ex-vice-prefeita que renunciou ao cargo em dezembro de 2018, enquanto era mantida no poder por força da liminar derrubada há dois meses.

Antônio Cláudio e Dona Bill tiveram os diplomas cassados, ficando inelegíveis por oito anos, em 30 de agosto do ano passado, por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2016. De acordo com a decisão do TRE-CE, “houve sim o abuso de poder político e econômico, mediante a doação de veículos (ambulâncias) para a comunidade com as divulgações sabidamente inverídicas de que eram provenientes de recursos próprios da vice-prefeita reeleita com o aval do atual prefeito, com o propósito de captar votos”. 

O município realizaria eleição suplementar em outubro do ano passado, mas o pleito foi suspenso após o ministro Jorge Mussi, do TSE, determinar que Antônio Cláudio e Dona Bill fossem reconduzidos ao cargo até que fosse julgada uma ação cautelar que apontava ausência de quórum completo na sessão que os cassou.

Reta final

Com o afastamento definitivo do prefeito, a nova eleição foi marcada há pouco mais de dois meses. O pouco tempo de campanha se encerra hoje às 22h, prazo final para que os candidatos realizem atos como distribuição de material gráfico, carreatas e caminhadas. A eleição em será comandada pela juíza Cynthia Pereira Petri Feitosa, da 67ª Zona Eleitoral, com o apoio do promotor eleitoral Antônio Forte de Souza Júnior e do chefe de cartório Samuel Apoliano Sobreira.

Aracoiaba tem 85 seções, que contarão com o trabalho de 340 mesários. O município contará com reforço de segurança para garantir a normalidade do pleito. O efetivo total é de 78 policiais militares, cinco policiais federais e dois bombeiros militares.

Novas eleições suplementares

Além de Aracoiaba, outros sete municípios brasileiros vão às urnas para eleições suplementares neste domingo. Lajeado (TO), Japorã (MS), Ibitiúra de Minas (MG), Bofete (SP), São Francisco (SE), Ceará-Mirim (RN) e Alto do Rodrigues (RN) também definirão novos prefeitos e vices, após os eleitos em 2016 terem sofrido cassação dos mandatos ou diplomas, ou ainda indeferimento do registro de candidatura. Os vencedores exercerão o mandato até 31 de dezembro de 2020, mas terão menos de um ano para consolidar votos até as eleições de 4 de outubro.

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