Após Carnaval, Bolsonaro envia reforma ao Congresso e vai aos EUA

Presidente deve passar o período carnavalesco descansando em praia na Baixada Santista. Além do envio da proposta de reforma administrativa, assinada ontem, ao Congresso, Bolsonaro prepara-se para viagem aos EUA

Escrito por Redação , politica@svm.com.br
Legenda: Jair Bolsonaro recusou convite para ver os desfiles do Carnaval do Rio de Janeiro feito pelo governador Wilson Witzel
Foto: Foto: PR

Após o período do Carnaval, o Governo Bolsonaro começa a maratona de negociações para aprovar a proposta de reforma administrativa, a ser enviada ao Congresso Nacional. Além das questões domésticas, a política externa também entra no foco com a viagem oficial do presidente aos EUA, onde deve se encontrar com o presidente Donald Trump, que está em ritmo de campanha eleitoral pela reeleição em novembro deste ano.

Ontem, Bolsonaro assinou a proposta de reforma administrativa, que será enviada ao Congresso somente depois do Carnaval. A proibição ao servidor público de se filiar a partido político foi retirada do texto analisado e referendado por Bolsonaro. O ponto polêmico foi anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda em 2019 no início das discussões sobre o tema.

De acordo com interlocutores ouvidos pela reportagem, Bolsonaro resolveu bater o martelo de vez na proposta porque foi convencido por integrantes da equipe econômica da importância e da urgência do tema para a economia.

Quanto ao período do Carnaval, o presidente resolveu que seguirá para a residência oficial da Presidência da República, no Guarujá (litoral paulista), para descansar. Diferentemente dos governadores de Rio e São Paulo, Wilson Witzel (PSC-RJ) e João Doria (PSDB-SP), Bolsonaro não planeja ir ao Sambódromo do Rio.

Na quinta-feira, Witzel convidou o presidente, por WhatsApp, para assistir aos desfiles no camarote do Governo do Rio. A iniciativa foi tomada após um repórter do jornal carioca “O Globo” indagar o governador sobre os políticos chamados para o espaço de três andares que o Estado terá na Sapucaí, após a cessão da área pela Prefeitura. A mensagem, contudo, não chegou ao destinatário, porque Bolsonaro trocou de número há oito dias e o texto foi enviado para seu celular antigo.

Fontes próximas ao presidente afirmam que a mudança de número atendeu a critérios de segurança.

“Ele (Bolsonaro) é bem-vindo, sem dúvida. Também vamos dançar ao som de samba”, disse Witzel, antes de escrever o convite, fazendo alusão à dança protagonizada pelo presidente e pelo prefeito Marcelo Crivella, semana passada, durante um evento no Rio. Nos últimos meses, governador e presidente trocaram farpas por meio de declarações públicas.

EUA

Ontem, Bolsonaro deu detalhes de seu próximo compromisso internacional. Ele disse que discutirá, durante a viagem aos EUA, que fará em março, a possibilidade de a fabricante de veículos elétricos Tesla, do bilionário Elon Musk, instalar uma fábrica no Brasil. O presidente disse que as discussões sobre uma eventual vinda da montadora ao País fará parte de uma “extensa agenda” que terá na visita. A viagem está marcada para os dias 9 e 10 de março.

“Em março, estarei nos EUA. Em nossa extensa agenda, a possibilidade da Tesla no Brasil”, escreveu Bolsonaro.

Na quinta, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, já havia afirmado ter participado de uma videoconferência com o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e o ministro-conselheiro da embaixada dos EUA no Brasil, William Popp, para discutir a atração do investimento da Tesla.

A Tesla é uma fabricante americana de veículos elétricos de alto desempenho, componentes para motores e transmissões para veículos elétricos e produtos que funcionam à base de baterias.

No fim de janeiro, seu valor de mercado subiu para mais de US$ 100 bilhões, superando, pela primeira vez, do da Volkswagen. No início do mês passado, a empresa de Musk já havia superado em US$ 2 bilhões o valor de mercado da GM e da Ford juntas.
Não será uma tarefa fácil, já que o Governo brasileiro quase não oferece subsídios para energia renovável e impõe altos impostos de importação.

Plano Mansueto pode avançar

O relator do projeto que estabelece um programa de ajuda financeira aos estados comprometidos com medidas de ajuste fiscal, o chamado Plano Mansueto (PLP 149/19), deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), defendeu que o Plenário da Câmara analise a proposta nas próximas semanas. Foi criada em 2019 uma comissão especial sobre o projeto, mas nem todos os integrantes foram indicados pelos partidos. Paulo quer que o projeto vá direto para o Plenário, sem aguardar a comissão. O nome do plano se refere ao do secretário do Tesouro, o cearense Mansueto Almeida.

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