Após 1ª baixa na sua equipe, Bolsonaro tenta deslanchar reformas

A exoneração de ministro marca os 50 dias do Governo Bolsonaro, que inicia ofensiva no Congresso

Escrito por Redação ,

O Governo Bolsonaro completa, nesta terça-feira, 50 dias, fazendo uma alteração importante na equipe de 22 ministros e deslanchando dois projetos cruciais no Congresso - o que combate o crime organizado e o que muda as regras das aposentadorias.

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O porta-voz de Jair Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, confirmou, nesta segunda-feira, que o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, será substituído pelo general Floriano Peixoto, que era o secretário-executivo da Pasta. É o oitavo militar a integrar o primeiro escalão do gabinete.

O porta-voz disse que a decisão de Bolsonaro é de "foro íntimo" e não respondeu sobre os motivos que levaram à saída de Gustavo Bebiano. Em vídeo divulgado nas redes sociais, minutos após seu porta-voz confirmar a exoneração de Bebianno, Bolsonaro disse que "diferentes pontos de vista sobre questões relevantes levaram à reavaliação" da situação do agora ex-ministro no Governo.

Bolsonaro disse que reconhece que o trabalho de Bebianno "foi importante para o êxito da campanha", mas, segundo ele, "pode ter havido incompreensões de questões mal-entendidas de parte a parte". Na gravação, Bolsonaro afirmou que "reconhece a dedicação e o comprometimento do senhor Gustavo Bebianno", agradece o empenho do ex-auxiliar, e deseja "sinceros votos de sucesso".

Na semana passada, Bolsonaro chegou a afirmar, em entrevista a um canal de TV, que o ministro havia mentido sobre conversas que os dois teriam mantido enquanto o presidente estava internado em um hospital em São Paulo.

Bebianno vem sendo acusado de supostas irregularidades nas campanhas eleitorais do PSL ocorridas na época em que ele presidia o partido, que também tem Bolsonaro como filiado. A turbulência cresceu quando o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, chamou Bebianno de mentiroso, declaração que foi reforçada pelo próprio presidente.

Congresso

Com a mudança no cargo, Bolsonaro agora se volta para as negociações com o Congresso. Na próxima quarta-feira, o presidente irá ao Congresso Nacional entregar a proposta da reforma da Previdência. O texto prevê idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres dos setores público e privado, com 12 anos de transição para quem está próximo dessas idades.

O acordo foi resultado de uma negociação entre a equipe econômica e Bolsonaro. A equipe econômica tinha pedido idade mínima unificada de 65 anos para homens e mulheres, para os trabalhadores dos setores público e privado. O presidente gostaria de uma idade mínima de 65 anos para homens e 60 para mulheres. A área econômica defendia dez anos de transição, o presidente pedia 20 anos.

Além de entregar a proposta aos parlamentares, Bolsonaro fará um pronunciamento à nação explicando a necessidade de mudar as regras de aposentadoria. A princípio, ele tem uma maioria formada pelas bancadas de vários partidos para aprovar a reforma da Previdência. Antes dessa matéria, o Governo apresentará nesta terça-feira o projeto de lei Anticrime ao Congresso Nacional.

O presidente e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defenderam mais rigor na punição do condenado por crime de homicídio. "Na próxima terça-feira, apresentaremos projeto de lei Anticrime ao Congresso. Elaborado pelo ministro Sergio Moro, o mesmo visa endurecer as penas contra assassinos, líderes de gangues e corruptos", tuitou Bolsonaro.

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