Romero Jucá deixa liderança do governo no Senado

Sob o risco de não se reeleger, presidente do MDB contraria governo ao defender bloqueio de fronteira em Roraima

Escrito por Redação ,
Legenda: Romero Jucá (MDB-RR) aparece em 3º na corrida por uma das vagas ao Senado pelo Estado dele, embora dentro da margem de erro da pesquisa
Foto: FOTO: AG. SENADO

Brasília/Pacaraima. O presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), anunciou, ontem, que deixou a liderança do governo no Senado.

Jucá comunicou sua decisão ao presidente da República, Michel Temer por "discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima".

"Acabo de comunicar ao presidente Michel Temer que deixo a liderança do Governo por discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima", publicou o senador, por meio de seu perfil no Twitter.

Nos últimos dias, o governo federal tem sido pressionado com propostas de bloquear a entrada de imigrantes por Roraima. Jucá é dos que passaram a encampar o pedido pelo bloqueio da entrada na fronteira do Estado, de forma temporária.

Na semana passada, o senador também anunciou à imprensa que apresentaria uma proposta ao Senado para estabelecer "cotas" para a entrada de imigrantes no País. Adversária política de Jucá, a governadora do Estado, Suely Campos (PP), já vinha pedindo o fechamento da fronteira nas últimas semanas e protocolou novo pedido no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo pesquisa Ibope, divulgada no último dia 17 de agosto, Jucá está na terceira posição nas pesquisas de intenção de voto para o Senado, com 25% da preferência do eleitorado, atrás de nomes como o de Mecias de Jesus (PRB), que tem 26%, e Angela Portela (PDT), que lidera com 30%.

Cobranças

Logo após entregar o cargo de líder do governo no Senado, Jucá acrescentou que tomou a decisão para ter liberdade para cobrar ações para a crise gerada pela entrada de venezuelanos em Roraima. "Essa situação tende a se agravar e eu tenho que cobrar do governo veementemente, protestar, cobrar e reclamar do governo", disse.