Protesto provoca uma morte em Copacabana

Moradores acreditam que jovem dançarino foi confundido por traficantes pelos policiais militares

Escrito por Redação ,

Rio de Janeiro.Um homem morreu com um tiro na cabeça ontem à noite durante protesto em Copacabana (zona sul do Rio) de moradores da favela Pavão-Pavãozinho, que fica na divisa com Ipanema.

Os moradores protestavam contra a morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, 25, dançarino do programa “Esquenta”, da TV Globo. Eles fecharam ruas, interditaram um túnel, queimaram ao menos um carro e pilhas de lixo.

Tiros e bombas foram disparados do alto da favela. Dez policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) ficaram encurralados no alto do morro. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) subiu a favela e resgatou os policiais militares.

Até as 21h de ontem, a segunda vítima, um homem de cerca de 30 anos, ainda não tinha sido identificada. Não havia ainda informações sobre a origem do tiro. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o homem morreu antes de chegar ao hospital Miguel Couto, na Gávea (zona sul) do Rio.

Dançarino

O corpo de DG, como o dançarino era conhecido, foi encontrado ontem pela manhã caído em um barranco de cerca de dez metros de altura, perto do pátio de uma escola da favela.

Segundo a polícia, o corpo do rapaz apresentava escoriações, possível indicação de que ele teria morrido ao cair. Na véspera tinha ocorrido um tiroteio no morro entre policiais militares e traficantes.

Na versão de moradores, DG teria sido confundido com um traficante e corrido para escapar dos policiais. Na corrida, teria caído no barranco.
Policiais ouvidos pela reportagem disseram que o rapaz tinha costelas quebradas. Moradores afirmaram que suspeitam que ele pode ter sido espancado.

Revoltados com a morte do dançarino, moradores desceram a ladeira Saint Roman, que dá acesso à favela, atirando pedras, garrafas e pedaços de pau em carros e prédios. O trânsito nas ruas ao redor foi interrompido e o comércio daquela área de Copacabana fechou as portas. Estações do metrô localizadas na região também tiveram seus acessos fechados.

A polícia acredita que a manifestação tenha sido orquestrada por traficantes do Comando Vermelho. No último mês, uma série de ações semelhantes aconteceu em comunidades do Rio. As comunidades do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo têm uma UPP desde 2009. A partir de setembro do ano passado, criminosos passaram a impedir o patrulhamento de PMs.