Polícia recupera obras furtadas do Masp

Escrito por Redação ,

As telas furtadas em 20 de dezembro foram apreendidas em Ferraz de Vasconcelos, na região da Grande São Paulo

São Paulo. A Polícia Civil de São Paulo localizou ontem as duas telas furtadas do Museu de Arte de São Paulo (Masp) no dia 20 de dezembro. Dois suspeitos foram detidos. As obras foram apreendidas em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, por policiais civis da 3ª Delegacia da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio.

As obras ‘‘O Lavrador de Café’’, de Candido Portinari, e ‘‘O Retrato de Suzanne Bloch’’, de Pablo Picasso, foram recuperadas na noite de ontem, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, e foram levadas para o Deic (Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado).

Os quadros foram furtados em uma ação rápida que durou exatos três minutos. O museu não tinha de alarme, sensor e seguro para acervo, avaliado em mais de US$ 1 bilhão.

As gravações feitas pelas câmeras do Masp mostraram os ladrões com luvas brancas. Na ocasião não foram encontrados vestígios de digitais no interior do museu nem no macaco hidráulico e no pé-de-cabra usados na invasão e abandonados no local. O crime ocorreu durante a madrugada durante a troca de turno dos vigias. Três ladrões invadiram o prédio.

As obras são avaliadas em US$ 55 milhões, ou cerca de R$ 100 milhões. As telas estão estão entre as mais importantes e famosas do acervo do museu. Elas não tinham seguro, assim como todo o acervo de 8 mil obras do Masp. Segundo a assessoria do museu, seria invável pagar o seguro por obras tão caras.

Nova descoberta

Uma outra notícia divulgada ontem também envolveu as obras do acervo do Museu de Arte de São Paulo. O quadro ‘‘Índios Atravessando um Riacho’’, que o Masp atribui ao francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), não é um Debret, segundo o pesquisador Pedro Corrêa do Lago.

Segundo o pesquisador, a tela que está no Masp há mais de 50 anos não é um Debret porque os índios não têm semelhança com os que viviam no Brasil à época e o europeu que aparece de costas não tem ‘‘qualquer característica brasileira’’. De acordo com Lago, a tela do Masp mostra índios caribes e foi pintada pelo italiano Augustin Brunias (1730-1796), um dos mais importantes pintores que retratou o Caribe do século 18.

FIQUE POR DENTRO

Museu terá novo sistema de segurança

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) vai reforçar a segurança interna de seu prédio com alarmes e câmeras com infravermelho, que permite ter uma imagem mais nítida de filmagens feitas em ambientes escuros. Os dispositivos serão instalados até sexta-feira, dia 11, quando o museu será reaberto ao público.

A Polícia Militar também informou que vai implantar uma base fixa na calçada do parque, com funcionamento ´24 horas por dia e 365 dias por ano, em posição que permita a melhor visualização do acesso principal do Museu´. Além disso, a prefeitura vai instalar ´câmeras de longo-alcance e alta resolução para operação conjunta das polícias estadual e municipal´.

A insegurança que até hoje impera no Masp e que foi revelada com o episódio do furto das duas obras de Portinari e Picasso, foi criticada por um dos conselheiros do museu. Ele comparou o atual sistema de segurança do museu, que tem o mais importante acervo da América Latina, ao mesmo que tinha o Louvre, de Paris, em 1911. Naquele ano, foi roubada do famoso museu parisiense a obra ´Mona Lisa´, do artista italiano Leonardo Da Vinci.