Planalto muda estratégia diante da crise política

Escrito por Redação ,
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Foto: Arquivo
Brasília - O Palácio do Planalto mudou de estratégia diante da crise política e a ordem agora é adotar um discurso ofensivo. A decisão foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o núcleo de conselheiros políticos mais próximos: os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Jaques Wagner (Coordenação Política) e Antonio Palocci (Fazenda).

Ao avaliar que há na oposição quem deseja deixá-lo refém e enfraquecido, Lula decidiu reagir. Considera que alguns integrantes do PFL ensaiam uma tentativa de iniciar um processo impeachement.

‘‘Eu não vou para o matadouro!’’, disse Lula numa das reuniões palacianas. Os auxiliares mais próximos de Lula também partiram para a ofensiva. O Planalto mandou recados para o PFL baixar o tom dos ataques.

Durante o fim de semana, um ministro petista conversou com um cacique pefelista. O discurso do governo é de que a situação política, por si só, é muito grave. E que por isso, a oposição deve tomar cuidado para não criar uma crise institucional. Se o PFL continuar nesta posição ofensiva, o país vai pegar fogo, o Brasil pode virar uma Bolívia, disse um ministro. A instável situação política vivida recentemente pela Bolívia já foi usada pelo menos duas vezes em reuniões no Palácio do Planalto como exemplo de comparação.

O que tem dito a seus interlocutores é que vai lutar até o fim para terminar o governo e não vai aceitar nenhum movimento da oposição no sentido de encurtar seu mandato anteciando eleição, como já chegou a ser discutido entre setores do PSDB e PFL no Congresso.

Ontem, em conversas no Planalto, Lula mostrou-se indignado com o noticiário de que o empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza está chantageando o PT e o seu governo. Mas ao mesmo tempo que nega com veemência que tenha chegado aos seus ouvidos qualquer tipo de chantagem, Lula demonstra enorme decepção com alguns petistas. Lula tem ficado surpreso com o envolvimento cada vez mais explícito do publicitário Marcos Valério com petistas de sua confiança absoluta. como o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) e o líder licenciado da bancada, Paulo Rocha (PA).