STF nega transferência de Marcola e outros chefes de facção criminosa de presídio em Brasília

O ministro Luís Roberto Barroso alegou que risco de transferir é maior que mantê-los no DF

Escrito por G1 ,
Legenda: Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, está detento no DF
Foto: Reprodução

Um pedido do Governo do Distrito Federal para transferir líderes de facção criminosa da Penitenciária do Distrito Federal foi negado nesta quinta-feira (20), pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os chefes de facções, está o traficante Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, condenado a 330 anos de prisão por diversos crimes. 

Na solicitação, o DF afirma que a manutenção dos membros do crime organizado do país prejudicaria a segurança dos moradores, além de colocar em risco as autoridades do Brasil

No entanto, ao negar, Barroso alegou que a transferências de presos são, por si só, operações de alto risco, além de ser necessária uma logística especial, que segundo o ministro, podem levar a danos econômicos. 

"A transferência de presos, sobretudo daqueles que possuem alta periculosidade, pressupõe logística especial – que envolve a análise do momento mais adequado, a utilização de diversos veículos e aeronaves, o emprego de escolta armada etc. –, acompanhada dos decorrentes gastos, com aeronaves e veículos terrestres, diárias para o efetivo policial que fará a escolta etc. Realizar a retirada dos presos para, eventualmente, trazê-los de volta ao fim da ação implicará um alto custo econômico", declarou. 

Ao defender a permanência dos detentos na capital, o governo federal argumentou ao Supremo que Brasília tem a maior e melhor estrutura de apoio a presídios do país, além da cúpula das Forças Armadas.

Também disse que o presídio não afeta a autonomia do Distrito Federal, e que não haverá impacto na segurança pública porque a União transfere recursos para as polícias no DF, conforme prevê a Constituição.

Além disso, a AGU argumentou que diversas capitais pelo mundo, como Paris, Berlim e Londres, também abrigam presídios sem que isso amplie os riscos a autoridades.