Prisão de Richa fragiliza PSDB, diz Alckmin

Mas o ex-governador de SP quer que se espere o julgamento do suspeito

Escrito por Folhapress ,

O candidato a presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (11) que a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa, também tucano, fragiliza o partido. "Claro que isso fragiliza o partido. Todos os partidos estão fragilizados", disse em entrevista após participar da sabatina da Folha, UOL e SBT, em São Paulo.

Ao repetir que é preciso aguardar o julgamento judicial de suspeitos, Alckmin foi questionado se o PSDB, que ele preside, poderia fazer sua própria investigação, instaurando uma sindicância interna ou uma comissão de ética. "Pode apurar. Pode apurar. Mas na realidade você já tem os órgãos de fiscalização, de controle, de investigação já o fazendo. Vamos acompanhar", respondeu. "Não tenho conhecimento desses fatos, mas vamos aguardar. A população deseja que haja justiça".

Outro ex-governador tucano, Eduardo Azeredo, de Minas, está preso. E o senador Aécio Neves (PSDB-MG) é réu por suspeita de corrupção. Alckmin diz que ambos já foram afastados da vida partidária.

Sabatinado por Fernando Canzian (Folha), Diogo Pinheiro (UOL) e Debora Bergamasco (SBT), no mesmo dia em que Richa foi preso, Alckmin tentou mostrar que será um presidente linha dura no combate à corrupção. "Tolerância zero e todo apoio à Lava Jato", bradou. "A lei é para todo mundo, não interessa de que partido é. Quem deve paga, é punido".

O candidato prometeu tipificar no Código Penal a improbidade administrativa. O próprio presidenciável tucano é acusado de improbidade pelo Ministério Público paulista por suspeita de caixa dois da Odebrecht. Ele nega.

Embolado no segundo lugar sem conseguir avançar nas pesquisas, na sabatina Alckmin se apresentou como o único candidato antipetista da disputa em sabatina. O tucano colocou no mesmo barco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seus principais adversários: Jair Bolsonaro (PSL), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e, claro, Fernando Haddad (PT).

"Esse desequilíbrio de contas públicas, com 13 milhões de desempregados, não começou agora. Tudo isso é irresponsabilidade do PT e dos adoradores do Lula: Ciro, sempre aliado ao PT; Marina, 25 anos no PT; Meirelles, ministro do PT; e o próprio Haddad", disparou.

Disse que Bolsonaro é passaporte para a volta do PT. "Minha solidariedade ao Bolsonaro, mas discordo totalmente das ideias dele. Veja que ele passou 20 anos no Congresso votando do ladinho do PT, em favor das corporações. Votou contra até o Plano Real".

Para associar o MDB do presidente Michel Temer e de Meirelles ao partido de Lula, lembrou a aliança com o PT no governo Dilma Rousseff. "Acho um horror o governo do Temer, mas quem escolheu não fui eu, foi o PT. O PT é duplamente responsável, tanto pelo desastre da Dilma quanto pelo próprio Temer", afirmou.

Para arrematar o discurso, atacou a estratégia de Lula de adiar ao máximo sua substituição por Haddad. "O PT está fazendo uma grande enganação. Sabem que Lula não vai ser candidato, sabem que Haddad será o candidato. Querem vitimizar Lula e proteger o Haddad, para ele não ter que se expor. Está errado isso".