Polícia indicia João de Deus sob suspeita de violência sexual mediante fraude

O relatório final do inquérito diz que ele cometeu uma espécie de estelionato, ou seja, propôs um tratamento de cura espiritual com o intuito de cometer uma violação

Escrito por Estadão Conteúdo ,

A Polícia Civil de Goiás concluiu a primeira investigação sobre o caso João de Deus e o indiciou sob a suspeita de violência sexual mediante fraude.

O relatório final do inquérito diz que ele cometeu uma espécie de estelionato, ou seja, propôs um tratamento de cura espiritual com o intuito de cometer uma violação.
A vítima neste inquérito é uma mulher de cerca de 40 anos, que alega ter sido molestada em 24 de outubro.

O caso agora será analisado pelo Ministério Público de Goiás, que decidirá se denuncia o médium. Se condenado pelo crime, ele pode pegar entre dois e seis anos de prisão em regime fechado.

Habeas corpus

A defesa do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) após ter o pedido de liberdade negado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os advogados apresentaram ontem mesmo um habeas corpus no STF, que foi distribuído nesta quinta-feira, 20, ao ministro Gilmar Mendes.

Mas, em função do recesso judiciário, a ação foi encaminhada para análise do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, responsável pelos processos que chegam durante o plantão judiciário.

Nesta quarta, o ministro Nefi Cordeiro, do STJ, negou um pedido de liberdade apresentado pelos advogados do médium, que está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia desde o último domingo, 16, suspeito de cometer abuso sexual. Ele deve ser indiciado pela Polícia de Goiás pelo crime de violência sexual mediante fraude até esta sexta-feira, 21.

Em sua argumentação, o ministro explicou que a prisão preventiva contra o médium foi autorizada para "resguardar a investigação criminal". Foi contra essa decisão que a defesa de João de Deus entrou com habeas corpus no STF.

"A decisão de custódia cautelar contém como fundamento inicial a necessidade de resguardar a investigação criminal, pois, ainda que seja vago o depoimento destacado de uma das vítimas, esta afirmou que eles a alertaram do risco de morte que ela estaria sendo submetida, visto a temeridade que todos têm de João de Deus, pois dizem que ele manda matar todos aqueles que o afrontam", afirmou o ministro do STJ.