Polícia encontra 12 corpos em cemitério clandestino da milícia na Grande Rio de Janeiro

Organização criminosa é comandada por Orlando Curicica, preso em Mossoró (RN)

Escrito por Agência Brasil ,
Legenda: Número de vítimas encontradas em cemitério clandestino pode ser maior, segundo promotor Rômulo Santos Silva
Foto: Reprodução

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí localizou nesta sexta-feira (5) um cemitério clandestino no bairro Itamarati, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com investigações da especializada, o local era usado pela milícia que atua na região e foi alvo da Operação Salvator, que cumpriu ontem (4) 42 mandados de prisão.No local, foram encontrados 12 corpos, alguns em estado de decomposição, e várias ossadas. A perícia técnica auxilia na ação, que conta com apoio do Ministério Público Estadual.

A organização criminosa é comandada por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que cumpre pena em um presídio federal, em Mossoró, Rio Grande do Norte, desde outubro de 2017. Responsável por vários casos de homicídio, tortura, extorsão e desaparecimento de pessoas, o grupo chegava a lucrar cerca de R$ 500 mil por mês ameaçando moradores e comerciantes de Itaboraí. Segundo a Delegacia de Homicídios, a organização é responsável por pelo menos 50 homicídios na região, ocorridos na região desde janeiro do ano passado.

Para o promotor Rômulo Santos Silva, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o número de vítimas pode ser ainda maior, porque há desaparecimentos que sequer foram comunicados às autoridades pelas famílias, que eram coagidas ao silêncio. “Conseguimos desarticular bastante a organização criminosa”, disse o promotor, que pediu que a população registre os desaparecimentos. 

Silva explicou que a milícia foi implantada em Itaboraí como uma "franquia" do grupo liderado por Orlando Curicica na zona oeste do Rio. Os criminosos foram atraídos pelo possível crescimento que a cidade terá, se forem retomadas as obras no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), paralisadas desde 2015.