Operação 'Florestas de Papel' da PF combate exploração ilícita de madeira na Amazônia

Dentre os alvos da operação estão donos de madeireiras e servidores públicos

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: Ação envolve mais de 150 policiais federais em RR, AM, MA, PA e MT
Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira, 12, a Operação Florestas de Papel, para desarticular um esquema de exploração ilegal de madeiras na região amazônica que envolveu 22 madeireiras entre 2014 e 2017. Mais de 91 mil metros cúbicos de madeira serrada teriam sido "regularizados" mediante fraude. Tal montante equivaleria a 120 mil toras, o suficiente para carregar cerca de 8 mil caminhões, informou a PF.

São cumpridas nesta manhã mais de 70 medidas judiciais - prisões preventivas, temporárias, mandados de busca e apreensão e de suspensão de atividade econômica - expedidas pela 4ª Vara da Seção Judiciária de Roraima.

As ações acontecem em Roraima, Mato Grosso, Amazonas, Maranhão e Pará e contam com a participação de mais de 150 policiais federais. Segundo a PF, os crimes foram apurados por seis inquéritos policiais, conduzidos com apoio do Ministério Público Federal.

As investigações apontam que empresários cometeram diversos tipos de fraudes no Sisdof, sistema do Ibama que gerencia a expedição dos Documentos de Origem Florestal (DOF), para dar "aparência de legalidade" ao comércio e movimentação de madeiras.

De acordo com a Polícia Federal, dentre as espécies extraídas ilegalmente pelas madeireiras estariam Ipês, Cedros, Maçarandubas, Aroeiras e Jacarandás. No mercado, o valor das madeiras poderia chegar a R$ 80 milhões, indicou a PF.

O esquema utilizava empresas de fachada para conseguir ou utilizar Documentos de Origem Florestal - licenças obrigatórias para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, como toras de madeira e madeira serrada.

Segundo a PF, os documentos "esquentavam" madeiras retiradas ilegalmente simulando extrações e operações de compra e venda de unidades entre as empresas do esquema. Alguns sócios das madeireiras seriam laranjas dos reais proprietários, indicou a Polícia Federal. A maior parte das empresas investigadas estão localizadas no sul de Roraima.