Nova etapa da Lava Jato mira construtora Queiroz Galvão

Um total de 150 policiais cumprem 32 mandados na manhã desta terça (2)

Escrito por Redação ,

A 33ª etapa da operação Lava Jato foi deflagrada, na manhã desta terça-feira (2), em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. Cerca de 150 policiais federais cumprem 32 mandados da força-tarefa, que tem como alvo a construtora Queiroz Galvão e consórcio Quip. A empreiteira é suspeita de ter pago R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra. Com informações do Estado de São Paulo. 

São 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. Os executivos da empreiteira são investigados, segundo a PF, "pela prática sistemática de pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobrás".

De acordo com a Folha de São Paulo, as investigações, existem indícios de que a Queiroz Galvão formou, com outras empresas, um cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar licitações da Petrobras. Além dos ajustes e fraude a licitações, as evidências colhidas nas investigações revelam que houve corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da Petrobras. As propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões.

Para além disso, a investigação também quer apurar indícios existentes de que milhões de dólares em propinas foram transferidos em operações feitas por meio de contas secretas no exterior. As evidências apontam que os pagamentos foram feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip.

Por fim, as medidas deflagradas buscam colher provas adicionais do delito de obstrução à investigação de organização criminosa pela CPI da Petrobras, em 2009. Segundo a investigação, há indícios de que 10 milhões de reais em propina foram pagos pela Queiroz Galvão com o objetivo de evitar as apurações da CPI.

A procuradora da República Jerusa Viecili afirmou que chama a atenção "a ousadia da empresa investigada, traduzida pela atuação profissional e sofisticada no pagamento de propinas em contratos públicos durante longo período de tempo, mediante a utilização de expedientes complexos de lavagem de dinheiro, inclusive no exterior".