Ministro do Turismo sugere construção de memorial para vítimas de Brumadinho

Álvaro Antônio defende que o turismo seja a saída para que a região se torne menos dependente do setor da mineração

Escrito por FolhaPress ,

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, sobrevoou, neste sábado (16), parte da área atingida pelo rompimento da barragem 1 do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). O motivo da visita foi anúncio de medidas da pasta para ajudar a região. A tragédia deixou pelo menos 166 mortos e ainda tem 144 desaparecidos. 

Álvaro Antônio defende que o turismo seja a saída para que a região se torne menos dependente do setor da mineração. 

O ministro citou crimes contra a humanidade, como o extermínio sistemático de centenas de milhares de judeus em Auschwitz e o assassinato de mais de 3.000 pessoas nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, para dizer que as vítimas de Brumadinho merecem um memorial no local.

"Eu acredito que esse fato ocorrido aqui que, na minha opinião, foi um crime contra a humanidade precisa ser registrado aqui ad eternum", afirmou.

Segundo o ministério, o governo vai disponibilizar R$ 62 milhões do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), para criação de uma linha de crédito extraordinária voltada a prestadores de serviços turísticos da região, já regularizados no Cadastur. 

Técnicos da pasta identificaram 7.200 empresários que já podem ter acesso ao crédito, com prazos de pagamento alargados e redução de encargos. Os interessados devem apresentar projetos ao banco para análise técnica. De acordo com a assessoria do ministério, os recursos já estão disponíveis. 

O ministro disse, porém, que a liberação ainda depende de assinatura de um convênio com o governo do estado, o que está previsto para a próxima semana.

"Estou sugerindo ao governador de Minas Gerais [Romeu Zema] que possa estudar juridicamente como destinar esses R$ 62 milhões para, através desse vetor, fazer com que a cidade possa continuar sua vida e seu desenvolvimento", disse ele. 

O ministro esteve também no Instituto Inhotim, para uma reunião com o diretor executivo Antonio Grassi.