Médico suspeito de deformar rostos de pacientes é preso em GO

A operação foi realizada depois que 15 pacientes do Distrito Federal denunciarem o médico à polícia após terem ficado com deformações nos rostos

Escrito por FolhaPress ,

O médico Wesley Murakami foi preso nesta sexta-feira (21) em Goiânia por suspeitas de deformar os rostos de pacientes em procedimentos estéticos. A prisão foi realizada no âmbito da operação Disformia, da Polícia Civil do Distrito Federal. Além de Murakami, foram presas as administradoras das clínicas de Murakami em Brasília e Goiânia -uma delas é mãe do médico.

A operação foi realizada depois que 15 pacientes do Distrito Federal denunciarem o médico à polícia após terem ficado com deformações nos rostos com a realização dos procedimentos estéticos.

Conhecido como bioplastia, o procedimento visa preencher determinadas regiões na face ou corpo com aplicações de polimetilmetacrilato, uma espécie de plástico conhecido com PMMA.

O uso da substância é regular no Brasil, mas deve ser aplicada pontualmente e em pequenas quantidades, conforme determinações do Conselho Nacional de Medicina.
Segundo o delegado Wislley Salomão, responsável pelas investigações, a suspeita é que o médico tenha utilizado o produto em grandes quantidades, o que teria gerado complicações médicas.

"Uma das vítimas é um homem que teve cerca de 200 mililitros aplicados em seu peitoral", afirma o delegado. A polícia trabalha com a hipótese que o médico possa ter feito aplicação de produtos não autorizados pela Anvisa.

Além das 15 pessoas que realizaram denúncias no Distrito federal, outros 14 pacientes registraram queixa contra o médico na polícia de Goiás. De acordo com o delegado, parte dos pacientes que registraram queixa teriam sido contatados pelo médico para tentar reparar as deformações. Outra parte buscou outros médicos para fazer procedimentos que reparassem os danos. Somente um paciente gastou cerca de R$ 60 mil em tratamentos para tentar reduzir as deformações.

O médico será investigado por lesão corporal gravíssima, associação criminosa e aplicação de produto de origem ignorada ou adulterada. A reportagem não conseguiu contato com o advogado responsável pela defesa de Murakami.