Laudo da polícia aponta que cantor Chorão morreu por overdose

Após serem detectadas 4,714 microgramas de cocaína por mililitro de sangue, polícia apontou o fator da morte do cantor

Escrito por FolhaPress ,

Um laudo feito pela Polícia Técnico-Científica de São Paulo apontou que o cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão da banda Charlie Brown Jr., morreu devido a uma overdose de cocaína. Ele foi encontrado morto no mês passado dentro de seu apartamento, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.

De acordo com informações da polícia, exames feitos em seu corpo detectaram uma quantidade de 4,714 microgramas de cocaína por mililitro de sangue. No jargão científico, a causa da morte foi determinada como "intoxicação exógena devido à cocainemia". Segundo a toxicologista Alice Chasin, da USP, a quantidade de droga encontrada pode ser considerada alta. "A partir de 1 micrograma já configuraria uma overdose clássica", afirmou Chasin, que foi perita do IML.

O laudo vai ser anexado ao inquérito aberto pela da polícia, que já trabalhava com a hipótese de overdose, para investigar a morte. A investigação do DHPP (Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa) será encaminhada para análise do Ministério Público e da Justiça, e deve ser arquivada.

Saúde debilitada

Segundo o delegado Itagiba Franco, do DHPP, o laudo mostra que o cantor também estava com a saúde debilitada. "Ele tinha problemas coronários, coração dilatado e comprometimento no cérebro", disse. Perguntado se os problemas detectados teriam relação com o uso do drogas, o delegado, não descartou essa possibilidade.

A polícia aguarda o resultado do exame toxicológico, também feito pelo IML (Instituto Médico Legal). O laudo vai apontará ou não a presença de outras substâncias tóxicas no corpo do cantor.

O corpo de Chorão foi encontrado ao lado de garrafas de bebida alcoólica e latas de energético. No apartamento, a polícia também encontrou comprimidos de uso controlado em tratamentos psiquiátricos.

Depressão

Familiares e amigos do cantor confirmaram à polícia que Chorão usava drogas. Também disseram que ele apresentava um quadro de depressão nos últimos meses, principalmente depois se que separou da ex-mulher, a estilista Graziela Gonçalves. "Eu tentei tudo o que vocês podem imaginar. E infelizmente existe essa praga mundial que é essa droga, que acaba com tudo", disse ela, após o sepultamento de Chorão, em Santos.

Na época, o cemitério Memorial Necrópole Ecumênica informou que o corpo do cantor não poderia ser cremado porque a causa da morte ainda não havia sido esclarecida - a polícia poderia pedir uma exumação. A apresentadora Sônia Abrão, prima de Chorão, disse na época da morte que suas cinzas poderiam ser espalhadas em sua pista de skate.