'Eu não tenho apego ao poder', diz Marina Silva

Mariana enfatizou que os governos anteriores deixaram o Brasil no fundo do poço porque se perpetuaram no poder

Escrito por FolhaPress ,

A candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva, disse novamente que fará um "governo de transição", assim como o ex-presidente Itamar Franco (MDB), e que o país precisa de uma reforma política com o estabelecimento de dois mandatos consecutivos para deputados e senadores.

Em entrevista na madrugada deste sábado (22) ao Jornal da Globo, a presidenciável disse que deseja discutir com o Congresso a reforma política. Segundo a presidenciável, tem pessoas que ficam na Casa como se aquilo fosse profissão e não há renovação.

Mariana enfatizou que os governos anteriores deixaram o Brasil no fundo do poço porque se perpetuaram no poder com o projeto de ficar 20 anos, como PT e PSDB. A candidata falou que pretende recuperar a credibilidade do país e ficar apenas quatro anos no governo porque encara a política como um serviço.

"Eu não tenho apego ao poder, eu aprendi com um dos grande homens da nossa história, Nelson Mandela, que teve apenas um mandato e ajudou a África a encontrar o seu caminho", falou.

A candidata falou que a Previdência tem um déficit grande e por isso a necessidade da reforma, mas não informou qual será a idade mínima para a aposentadoria. " Estamos debatendo com especialistas e representantes dos trabalhadores para estabelecer  a diferença entre homem e mulher", explicou

Segundo Marina, o presidente Michel Temer não conseguiu aprovar a Reforma da Previdência porque atropelou o processo. " Hoje tem uma cultura que se você diz que está aberto ao debate, está cometendo um sacrilégio".

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Para Marina, está sendo cultivado hoje uma cultura de país democrático que tem desprezo pelo processo. "Os bons resultados que consegui [ministra] como aprovação do serviço florestal, transposição do rio São Francisco só consegui porque tinha um bom processo", explicou. 

Na área econômica, a presidenciável disse que pretende fazer a taxação progressiva dos dividendos e reduzir a taxação sobre empresas para que possam reinvestir o lucro. Ela também falou que pretende gerar 2 milhões de empregos com a criação da energia limpa e renovável para se consolidar. " Tem momentos que você tem que ajudar para que a dinâmica econômica se estabeleça", explica.

A candidata também ressaltou que um dos pontos importantes do seu programa é recuperar a credibilidade do governo para conseguir investimento interno e externo. "Não vamos conseguir nenhuma mágica, não existe mágica", falou.