Chico Anysio é homenageado por humoristas cearenses

Escrito por Eduardo Buchholz ,

O show não pode parar. Com esse pensamento que os humoristas cearenses subiram no palco na noite desta sexta-feira (23). A Beira-Mar foi o cenário no qual artistas e público optaram para prestar uma homenagem ao cearense Chico Anysio, que morreu aos 80 anos, no Rio de Janeiro.

Foi com alegria que Laitinho Brega, Aurineide Camurupim, Augusto Bonequeiro e Eddi Lima relembraram do "Mestre do Humor" e falaram da importância que Chico tem em suas profissões e na arte de fazer rir.

"Chico representa a nossa (humoristas) chancela de que o Ceará é a terra do humor e de bons comediantes", salientou Laitinho, que rememorou a vez que recebeu um recado do mestre: "com a respiração difícil, ele me falou que só se arrepende de uma coisa: ter fumado".

Referência
Outra faceta marcante de Chico Anysio foi nunca ter esquecido outros comediantes. Em todos os trabalhos ele fazia questão de chamar novos talentos, que ainda buscavam um lugar no mercado do riso.

"Ele nunca trabalhou só. Poderia até ter feito assim, pois tinha talento para isso, mas sempre passou a bola para os outros. Além de artilheiro, era técnico e torcedor. É por isso que, até hoje, você nunca vê um cearense fazendo show só", lembrou Laitinho Brega.

Apesar dos lamentos, os humoristas sentem ter recebido uma missão, que é continuar sendo os mensageiros da alegria. "A gente fica triste, mas acha que ele (Chico) não vai se sentir assim. Vamos levar ao palco aquilo que ele fez durante toda sua vida, que é levar a alegria, o bom humor e fazer as pessoas felizes. Essa foi a missão dele e é a nossa", destacou Aurineide Camurupim.

Um dos principais nomes do humor cearense, Augusto Bonequeiro comentou sobre os desafios de fazer rir nos tempos da Ditadura Militar e a importância da voz de Chico Anysio contra Regime. "A língua felina, polítia e a crítica social" era uma das coisas que mais chamavam a atenção do artista.

Chico foi referência para inúmeros humoristas, e não foi diferente para Eddi Lima, que dá vida a Mastrogilda. "Ele é a grande referência, um verdadeiro mestre. Eu me inspiro no Chico, nos trabalhos que ele fez. Foi em um dos quadros dele que me inspirei para criar a Maria Portuguesa", ressaltou.