Chefe da Cinemateca era funcionário fantasma de irmã de Edir Macedo

Segundo apurou a reportagem, Barbeiro aparecia esporadicamente para trabalhar na Assembleia Legislativa. Já na Cinemateca, ele dava expediente diário

Escrito por Follhapress ,
Legenda: A Cinemateca é um órgão federal que é responsável pela preservação do patrimônio cinematográfico nacional
Foto: Pedro Gomes/TV Brasil

O superintendente da Cinemateca Brasileira, Roberto Simões Barbeiro, ocupava de maneira irregular um cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo, recebendo salário de R$ 12.310,51.

Após consulta da reportagem à Assembleia, Barbeiro foi exonerado da função e terá de devolver o salário recebido durante o período em que acumulou os dois cargos. Ele era assistente especial parlamentar no gabinete da deputada Edna Macedo (PRB), irmã do bispo Edir Macedo, chefe da Igreja Universal do Reino de Deus. O cargo é de livre nomeação e geralmente é usado por parlamentares para acomodar aliados políticos.

Segundo apurou a reportagem, Barbeiro aparecia esporadicamente para trabalhar na Assembleia Legislativa. Já na Cinemateca, um órgão federal que é responsável pela preservação do patrimônio cinematográfico nacional, ele dava expediente diário.

Na quarta (4), a reportagem ligou para o gabinete da deputada por volta de 15h50 e uma atendente afirmou que Barbeiro estava em trabalho externo e sem previsão de retornar.

De acordo com a assessoria da Assembleia Legislativa, o acúmulo de funções para assessores de gabinetes é proibido. Quando são nomeados, os servidores têm de dizer se ocupam algum outro cargo público.

No caso de Barbeiro, a nomeação como assessor parlamentar ocorreu em março, antes da ida para a Cinemateca no cargo equivalente a presidente da instituição. Ele não avisou a direção da Assembleia quando passou a ocupar o cargo federal.

A reportagem procurou a assessoria do superintendente da Cinemateca, mas não houve resposta até a publicação deste texto. A assessoria também não informou o salário de Barbeiro no órgão. Procurada, a deputada Edna Macedo afirmou, por meio de sua assessoria, que não tinha conhecimento da dupla atuação de seu ex-funcionário.