Brasil não está pronto para escalada de casos nas grandes cidades, diz Mandetta

O número atual de casos está dentro do esperado pelo governo, mas existe receio de que haja uma aceleração descontrolada em algumas regiões do país

Escrito por Redação ,
Legenda: A principal medida para evitar o número de casos continua sendo o distanciamento social
Foto: Foto: AFP/Sesai

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na noite desta segunda-feira (6) que o Brasil ainda não está preparado para uma escalada de casos do novo coronavírus em grandes cidades e voltou a defender o isolamento como forma de combate ao surto da doença

"Não estamos preparados. Não estamos prontos para uma escalada de casos nas nossas grandes metrópoles. Ainda temos muito o que fazer. Já estamos muito melhor do que estávamos", disse. "Cobram do Ministério da Saúde que se crie leitos e retire pessoas das favelas", afirmou, citando complexidades nas medidas. "Como se pudesse falar: faça-se a luz e a luz se fez", disse.

Para Mandetta, o número atual de casos de coronavírus está dentro do esperado pela pasta para o período. O ministério, porém, tem alertado sobre o risco de haver uma "aceleração descontrolada" de casos em algumas regiões. Ele admite que há gargalos que precisam ser superados, como a oferta de testes e a aquisição de equipamentos de proteção individual. "Não sei como vai ser a regularização dos estoques que estamos comprando e não sabemos quando e como vai receber", disse.

Para ele, o momento é de cautela e distanciamento social. "Isso que vocês passaram nas últimas semanas não é querentena, não é lockdown.", afirmou, citando o fato de que a pasta continuará a seguir aspectos da "ciência". "Enquanto não tivermos regularização de estoque de EPI, de colocação de respiradores, e condições de mudarmos as recomendações, reforçamos que devem ser seguidas as orientações dos estados", disse. "A movimentação social é tudo o que esse vírus quer."

Critérios

Nesta segunda, a pasta publicou critérios para que estados possam fazer uma transição das atuais medidas de restrição a circulação para um isolamento mais brando. De acordo com o documento, a partir do dia 13, estados e municípios cujos casos confirmados de coronavírus não impactaram 50% da capacidade médica instalada, podem mudar a forma de isolamento. Passariam assim do chamado Distanciamento Social Ampliado (DSA) para o Distanciamento Social Seletivo (DSS).

O distanciamento seletivo prevê que apenas grupos de risco permaneçam isolados, como idosos ou portadores de doenças crônicas. Os demais são autorizados a circular e retomar suas atividades econômicas.

 

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