Bolsonaro diz que governo vai fazer apenas concursos 'essenciais'

Bolsonaro afirmou que a reforma administrativa está "madura" para ser apresentada, embora ainda faltem "algumas alterações" na proposta

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: O presidente destacou que alguns concursos feitos no passado só evoluíram recentemente, como das Polícias Federal e Rodoviária Federal
Foto: Foto: EVARISTO SA / AFP

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (17) que o governo não pode ser "irresponsável" e abrir concursos públicos que sejam desnecessários. De acordo com reportagem do jornal O Estado, a equipe econômica decidiu segurar os processos seletivos até a nova proposta de reforma administrativa, que ainda não foi enviada ao Congresso, receber o aval dos parlamentares.

Para o presidente, que voltou a falar que os servidores atuais não irão "perder nada" com as mudanças, o quadro público está "inchado" e, sendo assim, novos concursos só serão realizados caso forem essenciais. Bolsonaro também disse esperar que a reforma administrativa seja encaminhada o "mais rápido possível" Segundo ele, o tema seria tratado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda ontem.

"Não é travar (concurso público). É um peso muito grande o serviço público no Brasil. Vocês devem lembrar da promulgação da Constituinte, a quantidade de trens da alegria, isso inchou os quadros. Se não fizer algo, atuais servidores vão ficar sem receber lá na frente. Então não é travar. Concursos públicos, só os essenciais, essa que é a ideia", afirmou.

O presidente destacou que alguns concursos feitos no passado só evoluíram recentemente, como das Polícias Federal e Rodoviária Federal. "Se tiver necessidade, a gente vai abrir concurso, mas não podemos ser irresponsáveis a tempo de abrir concursos que poderão ser desnecessários", disse, ao ser questionado sobre a decisão da equipe econômica.

Bolsonaro afirmou que a reforma administrativa está "madura" para ser apresentada, embora ainda faltem "algumas alterações" na proposta. Segundo ele, a "extinção de profissões" que não cabem mais nos dias atuais também é tema da reforma administrativa. "Hoje em dia, acabou datilógrafo. E repito, atuais servidores não vão perder nada."

"Reconheço o trabalho do servidor público, temos as carreiras de governo, típicas de Estado, entre as Forças Armadas, Polícia Federal, Rodoviária, Receita, CGU, entre outras, tem que ter estabilidade, sem problema nenhum", disse.

INSS

Segundo reportagem do Estado publicada ontem, a estratégia de retenção de concurso público deu errado no INSS. As longas filas para a obtenção de benefícios previdenciários derrubou a cúpula do órgão.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) alerta que o apagão no INSS pode se repetir em outras áreas. Pelas contas da instituição, só na Receita faltariam 21 714 servidores para se alcançar o quadro ideal. Os déficits de servidores em relação ao nível considerado adequado pelo fórum também já seriam altos no IBGE (65%), na Controladoria-Geral da União (61,5%) e no Banco do Brasil (43,9%).

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