Atirador matou comparsa e depois se suicidou, diz comandante-geral da PM

Segundo a polícia, os dois tinham um pacto de que fariam o ataque e depois se matariam

Escrito por FolhaPress ,
Legenda: Segundo um médico do IML, vestígios de pólvora apontam que os atiradores morreram com disparo de arma encostada na cabeça
Foto: Foto: Nelson Almeida / AFP

A Polícia Militar chegou à escola Professor Raul Brasil em Suzano, região metropolitana de São Paulo, quando os dois atiradores,  Luiz Henrique de Castro, 25, e Guilherme Taucci Monteiro, 17, ainda faziam os disparos e estudantes deixavam o prédio desesperados. 

Segundo o comandante-geral da PM, Marcelo Vieira Salles, ao que tudo indica, "quando eles [atiradores] viram a Força Tática, entraram para dentro de um corredor e um atirou na cabeça do outro. Depois, esse se suicidou."

De acordo com um médico legista do Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes, vestígios de pólvora dentro das perfurações que causaram a morte dos atiradores apontam que eles morreram com tiro de arma encostada na cabeça. O laudo completo ainda não foi concluído, de acordo com informações do portal G1.

Os atiradores eram os ex-alunos da instituição. Segundo a polícia, os dois tinham um pacto de que realizariam o ataque e depois se matariam.

A polícia ainda aponta que os assassinos estiveram pesquisando na internet massacres em escolas dos Estados Unidos.

Os policiais chegaram rapidamente ao local porque haviam sido acionados em razão do primeiro ataque da dupla, em um lava jato. Os PMs tentavam localizar um Onix branco apontado por testemunhas como o veículo da fuga.

Aos avistarem o carro parado na escola se depararam o crime em andamento. "Quando [os policiais] desembarcaram, ouviram disparos. Se depararam com pessoas mortas pelo caminho, funcionárias, alunos, e ao chegar ao fundo da escola, eles tiveram contato visual com os dois atiradores, ainda vivos."

Ainda segundo o comandante, os dois estavam em frente a uma sala de aula que funciona o centro de línguas, onde estavam cerca de 25 alunos.

"Ao que tudo indica, eles estariam também nessa sala e dispararam contra essas crianças. Quando eles viram a Força Tática, eles entraram para dentro um corredor e um atirou na cabeça do outro e, depois, esse se suicidou logo após", afirmou ele.

Encapuzados

Os disparos começaram por volta de 9h, quando Luiz Henrique e Guilherme foram até a locadora, atiraram no empresário e roubaram um carro, o Onix branco que aparece em imagens de câmeras de vigilância.

Então, a dupla foi até a escola, onde entraram encapuzados e dispararam contra os alunos, por volta de 9h30. No momento em que viram policiais se aproximarem, eles se mataram.

A dupla levava um revólver calibre 38, quatro carregadores, uma besta (espécie arma medieval que dispara flechas), machados, uma caixa que aparentava ser de explosivos e garrafas montadas como coquetéis molotov.

A Folha conversou com Juliano Simões de Santana, vizinho da escola. O morador disse que ouviu os disparos próximo ao intervalo das aulas do período matutino. "Moro ao lado, ouvi um tumulto e fui para lá. Cheguei e vi várias crianças saindo correndo ensanguentadas. Um desespero, professor, funcionário, todos correndo", afirmou.