Assassino mandou limpar sangue do jogador Daniel, diz testemunha

Empresário Edison Brittes obrigou convidados da festa a limparem manchas de sangue

Escrito por Estadão Conteúdo ,

Uma testemunha informou nesta terça-feira à Polícia Civil do Paraná que o empresário Edison Brittes, assassino confesso do jogador Daniel Freitas, obrigou convidados da festa que ocorria na sua casa a limparem manchas de sangue deixadas pela agressão contra a vítima, que morreria horas depois. O atleta foi morto no dia 27, após ser espancado e ter o pênis cortado. 

O depoimento é de Evellyn Perusso, de 19 anos. Segundo ela, o colchão do casal Brittes foi cortado na parte em que havia sangue e o tecido foi queimado junto com os documentos do atleta Ao confessar, o empresário alegou ter flagrado o atleta tentando estuprar sua mulher. A polícia contesta essa versão, por acreditar que Daniel estava bêbado demais para o ataque sexual na noite do crime. 

Evellyn era amiga de Allana Brittes, filha do empresário, que está presa. Daniel tinha ido à casa para comemorar o aniversário de 18 anos de Allana. Evellyn chegou a trocar beijos com o atleta durante a festa.

De acordo com a testemunha, mesmo depois de as agressões ao jogador continuarem, o empresário disse que "não era para pedir ajuda de ninguém, que ele estava na casa dele". A mulher de Brittes, Cristiana, interveio em favor do atleta, segundo o depoimento, mas recebeu nova bronca do marido, que a questionou: "Está defendendo esse vagabundo?".

Evellyn ainda comentou que "em momento algum Cristiana relatou abuso sexual ou estupro por parte de Daniel". 

seis presos por suspeita de envolvimento com o crime - Brittes, a mulher, a filha e três homens que entraram no carro do empresário para levar o jogador até o matagal, onde seu cadáver foi achado.

Um dos suspeitos de participar do assassinato do jogador Daniel Freitas disse nesta segunda-feira, 12, à Polícia Civil do Paraná que o empresário Edison Brittes, apontado como principal autor do crime, levou o atleta a um matagal com o objetivo de castrá-lo. 

Castração

Um dos seis suspeitos de participar do crime, Eduardo Henrique Silva, de 20 anos, foi o que depôs na última segunda. Ele confirmou seu envolvimento, segundo a defesa. "Eles se associaram para fazer uma castração da vítima. Houve convite do Edison Brittes para que fossem juntos para segurar o Daniel para que esse pudesse fazer a castração", disse Edson Stadler, advogado de Silva. 

O rapaz estava com Brittes no carro que levou o atleta ao local onde foi morto. No depoimento, Silva disse que se soubesse que o empresário iria matar Daniel não o teria acompanhado. O suspeito é primo de Cristiana, mulher de Brittes.

A defesa dos outros dois jovens que estavam no veículo nega esta versão. O corpo do jogador foi encontrado com sinais de espancamento e o pênis decepado.