Lixo de hospitais vendido na Bahia

Escrito por Redação ,
Segundo a delegada Andréa Oliveira, lençóis e roupas estavam com manchas que seriam de sangue ou de remédios

Salvador. Lixo de hospitais de São Paulo, do Rio, de Pernambuco e do Paraná está sendo vendido no interior da Bahia. A Polícia Civil do Estado apreendeu, ontem, 830 kg de roupas de pacientes, jalecos e lençóis em uma loja de Ilhéus (472 km de Salvador).

Segundo a delegada Andréa Oliveira, lençóis e roupas estavam com manchas que seriam de sangue ou de medicamentos. Em algumas peças havia a inscrição "infectante". O material foi encaminhado para perícia.

O lixo hospitalar estava sendo vendido na loja Agreste Tecidos. O proprietário do estabelecimento não foi encontrado pela polícia. O filho dele, que estava na loja, foi levado à delegacia e prestou depoimento, mas não revelou detalhes do fornecedor do material.

Com a apreensão do lixo, a polícia vai investigar se o material foi vendido pelos hospitais ou se existe um esquema de desvio de lixo hospitalar de empresas contratadas para incinerá-lo. "Na nota fiscal, o material chegou à Bahia como retalhos de roupas, mas eram na verdade resíduos que deveriam ter sido destruídos", disse a delegada.

Importação

Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo revelou que lençóis com nomes de hospitais dos EUA - classificados como lixo hospitalar - são vendidos por quilo em Santa Cruz do Capibaribe, a 205 km de Recife.

O empresário Altair Moura, dono da empresa investigada por suposta importação, disse ontem que não vende esse tipo de produto. Segundo seu advogado, Gilberto Lima, os dois contêineres localizados em Suape contendo lençóis e outros materiais de hospitais norte-americanos vieram para o Brasil por engano, já que o seu cliente encomendou tecidos limpos.

Comercialização

830 quilos de roupas de pacientes, jalecos e lençóis foram apreendidos em uma empresa de Ilhéus, na Bahia. O lixo estava sendo vendido na loja Agreste Tecidos