Haddad propõe mudar rito para escolha de ministros

Escrito por Redação ,

Brasília. Coordenador do programa de governo do PT e apontado como possível substituto do ex-presidente Lula, condenado e preso na Operação Lava-Jato, na disputa presidencial das eleições 2018 –possibilidade que ele neste momento nega–, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse que o partido pretende mudar a forma de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal, hoje atribuição do presidente da República. 

“A ideia é de que nós aperfeiçoemos os mecanismos de indicação (de ministros do STF). Não que não caiba ao chefe do Executivo indicar, mas tem de ser precedido de uma oitiva mais ampla, um processo mais transparente. O ex-presidente Lula se ressente um pouco do fato de que as escolhas foram muito isoladas, sem uma escuta maior. Há a possibilidade de seguir algumas cortes constitucionais internacionais que têm mandato, alguma coisa como 12 anos”, informou Haddad.

Sobre a tática do PT de insistir com a candidatura do ex-presidente Lula – potencialmente enquadrado na Ficha Limpa– até os últimos recursos na Justiça Eleitoral, ele disse que “a situação é tão inédita” que não sabe “avaliar se vai dar tempo de transferir os votos”. Haddad é apontado como “plano B” do PT.

Ontem, cerca de 20 manifestantes apoiadores de Lula protestaram na entrada da sede do STF, em Brasília. O grupo jogou tinta vermelha no Salão Branco da Corte e pediu a liberdade do ex-presidente. O ato ocorreu no fim da manhã e durou pouco mais de vinte minutos. 

A Polícia Federal foi acionada pela equipe de segurança do tribunal. Ninguém foi detido.

‘Dia do Volto’

Em carta, Lula afirmou que vai criar o “Dia do Volto”, em alusão ao Dia do Fico, quando Dom Pedro decidiu ficar no Brasil, em 1822, e não ir para Portugal, como mandava a Corte do país.

A carta foi direcionada ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana. “O imperador Dom Pedro I criou o Dia do Fico. E eu vou criar o dia do ‘Volto’ para, junto com o povo, fazer o Brasil feliz outra vez”, escreveu Lula.