Haddad é incluído em sabatina com presidenciáveis

Escrito por Redação ,
Legenda: Ex-prefeito de São Paulo representou o ex-presidente em evento do setor de comércio e de serviços
Foto: Foto: Agência Brasil

Brasília. Em evento realizado em Brasília, candidatos à Presidência apresentaram diferentes propostas, ontem, de resolução para o problema da Previdência no País. Vice na chapa do PT à Presidência da República, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad representou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sabatina promovida pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS).

Para uma plateia formada por comerciantes, Haddad defendeu uma reforma do sistema bancário, que trará "dor para os banqueiros" do País. "Primeira coisa que faremos é uma reforma do sistema bancário. Precisamos dar um basta à oligopolização do sistema bancário. E isso não virá sem dor para os banqueiros, que impõe taxa de juros sete vezes superiores do que a média mundial. Teremos que mudar legislação tributária dos banco".

LEIA MAIS

> PT está mobilizado por aposta arriscada em Lula 
> STF retira de Moro trechos de delação
> Alckmin participa de evento religioso 

Cotado como provável "plano B" do PT, Haddad procurou enfatizar que está representando Lula e quis destacar que o programa de governo do PT foi acompanhado pelo ex-presidente "no detalhe". "Esse (programa) é capaz de tirar o Brasil da crise com a agilidade necessária", afirmou.

O petista também defendeu uma Reforma Tributária com a unificação dos impostos por meio do Imposto de Valor Agregado (IVA). Haddad defendeu que essa mudança seja implementada de forma progressiva.

Análise de participação

O candidato à presidência da República, Henrique Meirelles (MDB) defendeu a participação de Haddad, em debates e eventos com presidenciáveis. "Quem se apresenta hoje como candidato é o Haddad, é o candidato do partido e é com ele que vamos discutir. Acho que quanto mais debate melhor. Vamos debater com quem aparecer", afirmou.

Já o candidato do PDT, Ciro Gomes, criticou, ontem, a possibilidade de Haddad participar dos debates no lugar de Lula.

"A nossa imprensa não ajuda porque olha só uma coisa: quem é o candidato do PT à Presidência? É o Lula. Por que é que o Haddad vai para os debates? Compreende o que eu estou dizendo? Isso depende de mim? Então o Bolsonaro pode mandar o general (Mourão). É cada uma...", disse. "Somos bastante amigos, o problema não é ele (Haddad), sou amigo do Alckmin também, o problema é o PT. O PT é muito fortemente responsável pelos problemas que estamos vivendo. Não foi o PT que escolheu Michel Temer?".

Reforma da Previdência

Primeiro a falar na sabatina, Álvaro Dias (Podemos), que registrou sua candidatura na Justiça Eleitoral ontem à noite, propôs criar um sistema de capitalização para a Previdência, com contas individuais que receberão "democraticamente" recursos advindos de privatizações.

Já Ciro defendeu convocar um plebiscito caso Palácio do Planalto e Congresso não encontrem um consenso em até seis meses. Meirelles (MDB) foi o que menos inovou na solução. Considerado o candidato do governo Michel Temer, o ex-ministro da Fazenda disse apenas que a Reforma da Previdência será sua prioridade nos 100 primeiros dias de governo.

Haddad disse que a proposta do partido é fazer uma Reforma da Previdência que comece pelo regime próprio, que abarca servidores federais. Alckmin, por sua vez, voltou a falar sobre a necessidade da aprovação de reformas.

Ele afirmou que, para isso, é preciso ter maioria no Congresso. "Uma coisa é intenção, outra é aprovação", disse o tucano.