Governo divulga dados contrários

Escrito por Redação ,
Legenda: O líder do governo, Cândido Vaccarezza, se reuniu com Aldo Rebelo
Foto: Foto: Ag. Senado
Ministério do Meio Ambiente diz que área equivalente ao Acre seria devastada se a reforma florestal prevalecer

Brasília. O Ministério do Meio Ambiente calculou em 15 milhões de hectares, o equivalente ao território do Acre, as áreas desmatadas que não precisarão ser reflorestadas caso prevaleça o texto proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a reforma do Código Florestal.

A proposta do relator isenta de reposição de reserva legal propriedades de até quatro módulos fiscais (ou seja, até 400 hectares). Imóveis de mais de quatro módulos só precisam repor florestas na área que ultrapassar essa medida.

A votação do projeto, adiada na semana passada, está prevista para começar hoje no Plenário da Câmara.

Ontem, o relator passou mais um dia em negociação com o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP). Mas nenhuma alteração foi formalizada no texto.

Rebelo diz esperar que o Planalto apresente oficialmente uma contraproposta. O governo quer um acordo para evitar que emendas ruralistas modifiquem radicalmente a proposta no plenário, impondo uma derrota a Dilma Rousseff (PT).

Líderes aliados avaliam que haverá um desgaste do governo se o código não for analisado, mas não descartam um novo movimento do Planalto.

Passe livre

Um dos dissensos é a questão dos quatro módulos. Segundo João de Deus Medeiros, diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, se a dispensa de reposição passar, o passivo será de 15 milhões de hectares. Hoje, o passivo de reserva legal é de 42 milhões de hectares.

O governo aceitou incluir áreas de preservação permanente na reserva legal, o que livraria de reflorestamento 7 milhões de hectares. Também se dispôs a abrir mão da reposição para agricultura familiar. O ministério do Meio Ambiente propôs ao Planalto estender a benesse aos cooperados agrícolas.