Governador do Rio defende 'abate' de traficante e miliciano

Wilson Witzel diz que snipers atuam no Estado, mas ignora total de mortos

Escrito por Redação ,
Legenda: O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), admitiu que os atiradores de elite, conhecidos como "snipers", já estão ativos no Estado e defendeu a política linha-dura
Foto: Agência Brasil

Desde que assumiu o Governo do Rio, Wilson Witzel defende o "abate" de criminosos que portem fuzis com o uso de atiradores de elite, chamados também de "snipers". No fim de março, Witzel afirmou que traficantes já são mortos por estes policiais, mas que os dados não são divulgados. Nesta quinta-feira, ao telejornal local da TV Globo, ele reafirmou que eles "já estão atuando" e acrescentou que não faz "a menor ideia de quantos já foram mortos".

"Não faz parte do meu trabalho acompanhar quem são os mortos pela Polícia Militar. Quem tem de fazer isso é o Ministério Público. Os autos de resistência estão à disposição da instituição, cada um tem seu papel constitucional. O meu é fazer a polícia funcionar, é dar instrumentos para que ela tenha condições de operar, com material, com homens, com treinamento. É meu dever fiscalizar se a PM está dando treinamento, está orientando os homens, se está com viatura, se está funcionando. É fazer funcionar".

Segundo Witzel, seus alvos no quesito Segurança são a milícia, o tráfico e o crime organizado. E destacou que "já são mais de 700% de novos investigados em lavagem de dinheiro por esse departamento".

Para o governador, foi desenvolvida uma investigação "importante contra o colarinho branco", mas não há investigação "com a mesma eficácia da lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, dos cartéis instalados no Brasil, e do tráfico de armas".

Ele destacou o plano de, nos dois primeiros anos de Governo, contratar 3 mil novos policiais militares, 400 policiais civis e fazer concurso para 180 delegados e mais 800 policiais. E falou sobre seu projeto para acabar com a milícia.

"Vamos ter de prender eles. Para isso, é preciso ter uma Polícia Civil, que está totalmente desestruturada, com o efetivo em praticamente um terço".

O governador disse ainda que não vê "nenhuma inconstitucionalidade" no projeto de lei que dá porte de arma a deputados estaduais e agentes do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio na quarta.

Número: Total de mortes causadas por agentes do estado no Rio de Janeiro cresceu 42% em fevereiro, com 145 vítimas