Ex-ministro de Lula diz preferir nome do PSOL

Tarso Genro defendeu que Guilherme Boulos seja apoiado pelo PT, caso a Justiça eleitoral impeça Lula de disputar

Escrito por Redação ,
São Paulo. Ex-ministro da Justiça, da Educação e das Relações Institucionais nos governos de Lula, ex-governador do Rio Grande do Sul e uma das principais lideranças da chamada esquerda petista, Tarso Genro, 71 anos, tem defendido que o PT considere o apoio a Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, caso a Justiça eleitoral vete a candidatura de Lula, preso na Lava- Jato.

Segundo ele, Boulos é o nome que reúne condições para liderar uma nova frente político-eleitoral de esquerda na era pós-Lula. Indagado sobre a viabilidade de Fernando Haddad, de quem é muito próximo desde os tempos no Ministério da Educação, disse ter dúvidas sobre as chances de o ex-prefeito de São Paulo ser o escolhido do PT.

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Conhecido por ser uma das vozes divergentes em relação ao establishment petista, Tarso, que hoje comanda o Instituto Novos Paradigmas, argumenta que a defesa do eventual apoio a Boulos não representa risco à estratégia segundo ele acertada de manter a candidatura de Lula, pois se trata de um nome de fora do partido, enquanto a defesa explícita de Haddad, neste momento poderia desestabilizar a unidade partidária.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Tarso defende ainda que o PT escolha logo, até a convenção do dia 5 de agosto, o candidato a vice e disse que o acordo entre o Centrão e o tucano Geraldo Alckmin obriga uma unidade da esquerda, mesmo que no segundo turno.

“O que venho dizendo é que Lula é meu candidato e que é o candidato do partido. E é o melhor preparado para tirar o País da crise e, ainda, que devemos sustentar sua candidatura até uma decisão terminativa do Supremo. E venho dizendo, sim, que Boulos e Manuela (D’Ávila, do PCdoB) são duas alternativas que devemos considerar na hipótese de a candidatura Lula não ser registrada. E mais: que Boulos deu uma demonstração plena de que está preparado, se Lula não for registrado, para liderar uma nova frente política democrática eleitoral, que exclua do nosso meio os resquícios golpistas, que tentarão ‘compor’ com a esquerda se tivermos chance de ganhar”, disse Genro.

Haddad

Por sua vez, Haddad disse que dentro do PT não existe um plano B alternativo à candidatura de Lula. “Vocês, jornalistas, estão trabalhando com um cenário e nós com outro. Estamos trabalhando com o Código Eleitoral e o Código no seu artigo 16 A dá total condições do Lula enfrentar a campanha, mesmo que haja por parte dos nossos adversários um pedido de impugnação”.

Segundo Haddad, com base na legislação eleitoral que dá amparo ao registro da candidatura de Lula, o PT levará seu nome até o fim. Indagado se aceitaria ser o candidato do partido, caso Lula seja impedido, Haddad disse que “essa discussão não foi e não será aberta dentro do PT”.