Com 432 mortes, Brasil é o 8° no mundo em letalidade pela Covid-19

Os óbitos de brasileiros afligem mais os homens (57,6%) do que as mulheres (42,4%), de acordo com o total de mortes apurado até ontem. Oito em cada dez vítimas ocorreram com pessoas com mais de 60 anos

Escrito por Redação ,
Legenda: Técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgaram boletim diário sobre a Covid - 19
Foto: Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério da Saúde divulgou neste sábado (4) que o número de infectados no País chegou a 10.278 ea quantidade de mortes é de 432. O Estado de São Paulo lidera tanto em número de casos (4.466) quanto em óbitos (260). Com esses números, o Brasil ocupa a 16ª posição mundial em casos da doença, 14º lugar em óbitos e o 8º em letalidade.

Segundo o secretário executivo do ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, a dinâmica da doença no Brasil está "abaixo da curva de crescimento da Espanha, Itália e Estados Unidos, a partir do centésimo caso". Em todo mundo já foram registrados mais de 1,18 milhão de casos e mais de 64 mil mortes. No Brasil, nas últimas 24 horas, foram notificados 1.222 casos - aumento de 13% em relação à sexta-feira (3).

O incremento do número neste dia é o maior desde o início da coleta de dados do Ministério da Saúde. O mesmo ocorre no número de óbitos: um salto de 72 mortes, 20% em relação ao total de ontem (359). A incidência medida do novo coronavírus no Brasil é de 4,9 casos a cada grupo de 100 mil habitantes.

A proporção varia conforme o Estado, e é superior no Distrito Federal (14,9 casos), seguido por São Paulo (9,6), Ceará (7,9), Amazonas (7,4), Rio de Janeiro (7,2), Rio Grande do Norte (6), Roraima (5,9) e Acre (5,1).

Os óbitos afligem mais homens (57,6%) do que mulheres (42,4%), segundo o levantamento. Oito em cada dez óbitos ocorreram com pessoas com mais de 60 anos. A mesma proporção de pessoas que faleceram apresentava pelo menos um fator de risco de morte como cardiopatia, diabetes, problema nos pulmões e doenças neurológicas.

O Ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior do que o anunciado, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmação.

Nos próximos dias, os números devem crescer rapidamente, por causa do maior número de testes que estão sendo realizados pelos estados. Toda a preocupação do governo, neste momento, está centrada em formas de prestar atendimento à população. A precariedade e a falta de suprimentos, leitos e itens de segurança são generalizadas.

Segundo Gabbardo, o Ministério da Saúde pensa em formas de criar uma espécie de "passaporte da imunidade", uma identificação para pessoas que contraíram o novo coronavírus, se recuperaram totalmente e já possuem anticorpos. Essas pessoas, segundo o secretário, não podem mais transmitir ou ser infectadas, e já adquiriram imunidade. Elas podem ser úteis no contato com grupos sensíveis, como idosos, e possivelmente são aptas a retomar certas atividades no cotidiano.

Cidades sem casos

O secretário afirmou, ainda, que fechar cidades ou municípios que não contabilizam nenhum caso do novo coronavírus pode ser "uma medida excessiva". "Não significa que vai ficar assim para sempre. Podemos fechar, abrir, se julgar necessário. Acho que isso merece uma discussão. Pode ser que tenha sido antes da hora, e merece uma análise melhor", afirmou.

Gabbardo citou, entretanto, que o relaxamento da quarentena e do isolamento social deve acontecer apenas após a aquisição de material suficiente para lidar com uma larga escala da população. "Já estamos fortes, mas queremos ficar mais fortes ainda", concluiu o secretário.

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