Capital é a 4ª com mais casais gays

Escrito por Redação ,
Em números absolutos, só São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador têm mais casais homossexuais no País

Rio de Janeiro. As cidades com mais casais homossexuais no Brasil são, em números absolutos, São Paulo (7.532), Rio de Janeiro (5.612), Salvador (1.595) e Fortaleza (1.559), segundo dados inéditos do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O Nordeste é a segunda região do Brasil com maior percentual de lares com uniões de pessoas do mesmo sexo. O Sudeste é a primeira FOTO: FÁBIO LIMA

Em cerca de 60 mil domicílios brasileiros (apenas 0,1% do total) vivem casais do mesmo sexo, dos quais 20,1% estão no Nordeste. A região é a segunda do Brasil em percentual de casais do mesmo sexo.

O maior índice está no Sudeste, com 52,6% dos casais homossexuais, principalmente nas metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro. Depois, aparecem as regiões Sul (com 13%), Centro-Oeste (com 8,4%) e Norte (com 5,9%).

O município de Águas de São Pedro (SP) tem a maior proporção de domicílios com casais gays, de 0,18%. Em seguida, vem outro município Paulista, São João de Iracema (0,17%) e Tiradentes (MG), com 0,14%. Entre as capitais, Florianópolis tem a maior proporção de domicílios com casais do mesmo sexo: 0,11%, seguida de Porto Alegre, com 0,10%.

Dentre esses casais homossexuais, 53,8% são constituídos por duas mulheres e 46,2% por dois homens. Segundo o IBGE, 25,8% dos casais dizem ter nível superior completo e 47,4% se declaram católicos - maior grupo religiosos cujos casais declararam suas sexualidade.

No Censo 2010, foi a primeira vez em que se tornou possível detectar casais de pessoas do mesmo sexo. Isso porque o IBGE formulou uma questão sobre o sexo do cônjuge que vivia no mesmo domicílio do chefe da família.

Casados

Uma curiosidade é que 13% das pessoas no Brasil que compunham casais homossexuais eram casados, embora predominassem os solteiros (82%), segundo informações do Censo.

Quanto maior o rendimento do grupo de renda, étnico, religioso ou de instrução, mais as pessoas se unem em casamentos formais, registrados em cartórios. É o que mostram dados inéditos do Censo de 2010.

Segundo o IBGE, o tipo de união é regulado especialmente pelo perfil de renda do casal, já que os casamentos formais incorrem em custos.

Por isso, o casamento formal no civil e no religioso constitui 64,2% das uniões do grupo de renda superior a cinco salários per capita, enquanto o percentual para a faixa de até meio salário era de apenas 28,4%.

Proporção de cônjuges sem filhos sobe para 17,7%

Rio de Janeiro.
Embora esteja em queda, o padrão de casal com filhos ainda é formação mais comum das famílias brasileiras. Esse arranjo familiar, no entanto, chegou a menos da metade das famílias brasileiras em 2010: 49,4%. Em 2000, os casais com filhos formavam 56,4% das famílias. Houve crescimento dos casais sem filhos, de 13% para 17,7%.

O terceiro arranjo familiar mais frequente é de mulheres sozinhas com filhos, que tiveram pequeno aumento, de 11,6% para 12,2%.

Segundo os técnicos do IBGE, os dados não indicam necessariamente maior opção dos casais por não terem filhos. É um reflexo do envelhecimento da população: os pais vivem mais e os filhos adultos deixam as casas para formarem suas próprias famílias. Também são consequência da queda da taxa de fecundidade, com menos nascimentos.

Do total de 27,4 milhões de casais com filhos, 16,3% vivem com filhos de apenas um dos cônjuges ou são famílias em que filhos do casal convivem com meios-irmãos. Esses casais que vivem com filhos e enteados são o que o IBGE chama de "famílias reconstituídas", pois os cônjuges já tiveram uniões anteriores. São separados, divorciados ou viúvos. Pela primeira vez casais com enteados foram pesquisados e por isso não há comparação em outros Censos.