Candidatos sobem tom de acusações

Após a sabatina, a presidente passou mal. Durante a entrevista, ela interrompeu a fala, sentou-se e pediu água

Escrito por Redação ,
Legenda: Aécio acusou Dilma de favorecer o emprego do irmão. Já a petista fez menção indireta ao episódio em que tucano foi pego com carteira vencida
Foto: Foto: reuters

São Paulo. O debate promovido por SBT, UOL e Jovem Pan ontem foi marcado por maior agressividade nos ataques entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), enquanto as propostas de governo mal foram abordadas em 1h20 de programa.

Com os candidatos empatados tecnicamente há uma semana, segundo pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (15), novas acusações foram trazidas à tona envolvendo episódios de nepotismo e de embriaguez. Aécio acusou Dilma de favorecer o emprego de seu irmão, Igor Rousseff, na Prefeitura de Belo Horizonte durante a gestão Fernando Pimentel (PT).

A declaração ocorreu após Dilma repetir, pela segunda vez no debate, que o tucano havia empregado parentes no governo de Minas. "Infelizmente agora nós sabemos por que a senhora disse que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que os seus aliados o fizessem", afirmou. Igor, irmão único de Dilma, foi designado assessor especial do gabinete do prefeito de Belo Horizonte 2003.

Quando ele se desligou da Prefeitura, em 31 de dezembro de 2008, ocupava o cargo de assessor especial da Secretaria Municipal de Orçamento e Planejamento. Fernando Pimentel, eleito governador de Minas Gerais no último dia 5, rebateu a acusação de Aécio pelo Twitter. "Igor Roussef foi assessor especial na minha gestão em BH. Ele é advogado e trabalhou com regularidade e eficiência na Prefeitura e na procuradoria do município", escreveu durante o debate.

O tucano também rebateu críticas de nepotismo relativas a sua irmã mais velha, Andrea Neves, que vinham sendo utilizadas por Dilma tanto neste quanto no debate anterior, ocorrido na segunda (13). "No meu governo, me ajudou muito a minha irmã Andrea, figura extraordinária. Ela assumiu o serviço de voluntariado de Minas Gerais, me ajudou a coordenar a área de comunicação sem remuneração", disse o ex-governador.

"Lamento ter que trazer esse tema aqui, a diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada", atacou.

Dilma, por sua vez, questionou Aécio sobre sua posição em relação à lei seca, que pune motoristas que dirigem embriagados - tema sensível ao tucano, que foi pego dirigindo com a carteira vencida e recusou-se a fazer o teste do bafômetro em 2011.

Dilma passa mal

Após o debate, a candidata petista à reeleição passou mal. Durante a entrevista ao vivo à repórter Simone Queiroz, do SBT, a presidente interrompeu a fala e sentou-se, dizendo estar passando mal, pedindo água.

A câmera focou o outro lado do estúdio e logo em seguida retornou para ela. Dilma então levantou-se, disse ter tido uma queda de pressão e agradeceu a audiência. "Tive uma queda de pressão, o debate sempre exige muito da gente, foi isso, agora consigo concluir minha entrevista com você", afirmou.

A entrevista não pôde ser concluída, segundo a repórter, por respeito à lei eleitoral, pois ela já tinha alcançado o mesmo tempo de entrevista de Aécio Neves.