Ademilde Fonseca morre aos 91 anos

Escrito por Redação ,
Rio. Um enfarte, um dia depois de participar de uma gravação da Globonews que celebrava seus 70 anos de carreira, e 23 desde o aniversário de 91 anos, matou a cantora Ademilde Fonseca, na última terça-feira à noite. Ela estava em casa. O enterro foi ontem. Ademilde foi a primeira artista a cantar choro, em 1942. Até então, tratava-se de um gênero estritamente instrumental. Ficou conhecida como "a rainha do chorinho".

"Ela estava bem, era uma pessoa de hábitos muito saudáveis, não cometia excessos. Tinha as coisinhas normais da idade, mas nada que a fizesse ficar acamada", lamentou a cantora Ellen de Lima, sua amiga. "Convivo com ela desde antes da Rádio Nacional, já viajávamos juntas. São mais de 50 anos de amizade. Com a morte de Nora Ney (em 2003), ela passou a fazer conosco os shows Cantoras do Rádio. No gênero dela, era um ícone, única, eterna".

Nasceu no Rio Grande do Norte e lá morou até 1940. Cantava desde criança e na adolescência passou a participar de serestas, vindo a se casar com um violonista seresteiro.

Em 1941, foi para o Rio. Na cidade, receberia de Benedito Lacerda o título de rainha. Em 1942, gravou o primeiro dos mais de 50 discos (a maior parte, 78 rotações; nos anos 40, 50 e 60, por vezes lançou mais de um por ano). Os maiores sucessos seriam "Tico-Tico no Fubá" - o primeiro de todos -, "Brasileirinho", "O Que Vier Eu Traço" e "Apanhei-te Cavaquinho". Apresentou-se com Canhoto, Jacob do Bandolim e Pixinguinha e com a orquestra de Radamés Gnattali. Também gravou maxixes, marchas e sambas. Excursionou pelo País e pela Europa.