Viva São João!

A fogueira está queimando em homenagem a São João". Comemora-se com muita animação o nascimento de São João Batista, primo de Jesus Cristo, nascido em 24 de junho.

A fogueira é de iniciativa familiar e posta diante de cada residência, nessa época. São João mudou. Já não se fazem festas juninas como as de antigamente, com muita música, dança, bebidas e comidas.

Tanto na Capital como no Interior do Estado e do Nordeste, as fogueiras brilhavam durante toda a madrugada, cercadas de populares ao som de belas músicas caipiras, saboreando os pratos tradicionais das festas juninas: pé-de-moleque, aluá, bolo de milho, canjica, pamonha, tapioca e mucunzá.

Aproveitava as brasas das fogueiras e assava batata, abóbora e milho, enquanto surgiam os casamentos e compadrio, compadres e comadres, considerados seriamente.

Hoje, compõe-se pouco sobre as festas populares, notadamente as juninas. Um dos grandes compositores desse tipo de música foi Luiz Gonzaga, que gravou em 1974, o clássico "Noites Brasileiras" que dizia - Ai que saudade que tenho das noites de São João, das noites tão brasileiras, mais fogueiras sob o luar do sertão.

As festas juninas hodiernas são animadas por duplas sertanejas e bandas de talento duvidoso e músicas da pior qualidade. Os balões que coloriam os céus foram proibidos e os fogos estridentes que animavam as pessoas a dançarem as quadrilhas, são controlados pelas autoridades competentes. Nos postes e fios, cada vez menos vestígios de bandeirinhas.

E assim, as gerações mais novas crescem sem ter uma noção dessa beleza e espetáculo da cultura nordestina. Ah que saudade que tenho dessas noites alegres e felizes que não voltam mais.

Antônio Cruz Gonçalves - Empresário