Vaticínio para quando agosto vier

Na tradição política brasileira, agosto costuma ser considerado o “Mês do desgosto”, tendo como base insurreições militares, a exemplo da que culminou na morte do presidente Getúlio Vargas, traumatizando o País, pelo lastimável suicídio do bravo gaúcho, que se tornou legenda inapagável como “protetor das classes trabalhadoras”.
O seu trágico desaparecimento comoveu a nacionalidade, ensejando série continuada de crises político-institucionais, ocasionando rupturas democráticas, geradoras de conflitos que convulsionaram a Nação.

No presente exercício, espera-se, porém, que os trinta e um dias desse mês transcorram sem nenhuma turbulência, tudo se processando com absoluta harmonia, como se aguarda, a começar por uma decisão favorável do Senado Federal em relação a uma complexa reforma que não conta com unanimidade de aceitação, conforme aspiravam o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, além do seu colaborador direto, Rogério Marinho, secretário da Previdência, colega deste colunista no Congresso Nacional, até a passada Legislatura.

Aspectos delicados, como a chamada “Capitalização”, continuam a gerar especulações, com redações sendo reformuladas, tudo isso incomodando o titular daquela Pasta, segundo registros recentes da mídia nacional, o que comprova como perdurante uma dúvida de que há remanescido, desde os primeiros debates dessa matéria embaraçosa, de vital interesse para a reabilitação das finanças públicas.

O deputado cearense Mauro Filho subscreveu, quando no exercício do mandato, uma alternativa redacional que somou adeptos, mas não chegou a ser acolhida integralmente, como fora antes vaticinado nos instantes iniciais do controvertido debate, na Comissão e no Plenário da Câmara dos Deputados.

É o caso de prognosticar-se, como saída, a máxima dos jurisconcultos latinos: “In dubio pro reo...”


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