Vamos empatar, Jacu!

Brejo Santo, terra do administrador Leonardo Macedo, presidente do CRA/CE, inclui-se na riqueza dos causos e personagens do populário caririense.
Década de 1980. O futebol de salão destacou-se no Ceará. União Clube, Avante e Força Jovem, equipes possuintes de boa técnica, formaram a seleção do Município para a disputa estadual.

À época, o bravo Sumov Atlético Clube, time da autarquia de obras da municipalidade fortalezense, sobressaia-se no salonismo regional e nacional. Durante quase 50 anos, conquistou 22 títulos de campeão cearense, seis da Taça Brasil e dois da Sul-Americana.

Ainda hoje, há brejo-santense comemorando uma vitória do selecionado da cidade sobre o Sumov pelo placar de 6 x 1.

Mas, aqui, a dedicação faz-se a um escrete menos representativo e a duas figuras conhecidas e lembradas no folclore citadino. Alude-se ao Jacu, quinteto de futebol da Rua da Lama e também alcunha do técnico, e ao Nêgo Saburá, tipo muito gaiato, costumeiramente embriagado e sempre provocando as pessoas, causando-lhes sustos.

Em jogo válido do campeonato metropolitano, realizava-se o embate entre o forte União, com o líder e artilheiro Wellington Landim, ex-deputado e já falecido, e o pequeno Jacu, à frente seu treinador de mesmo nome.

Faltavam apenas cinco minutos para o encerramento do encontro e o escore marcava 14 x 0 em desfavor do menor. O “professor” (tratamento atual de instrutor futebolístico) deveras preocupado, suando grandemente, gesticulava e dava ordens aos jogadores.

Nêgo Saburá, sorrateiro e próximo ao ouvido, gritou: “Vamos empatar, Jacu!”. E correu.

Assustado e atônito, o preparador sacou uma faca peixeira e partiu em perseguição. A turma do “deixa disso” evitou a briga.

Até estes dias, em Brejo Santo, se algo é difícil ou impossível, ouve-se o dito: “Vamos empatar, Jacu!”.