Tenho pena deste povo

Estas palavras de Jesus, durante sua peregrinação terrena, bem se aplica aos tempos atuais, principalmente ao Brasil de hoje, onde vicejam as vaidades, as desigualdades sociais, em meio agora à onda de violência a se abater sobre os Estados. Hordas de desordeiros infligem pesados prejuízos às cidades, como ocorre presentemente no Rio de Janeiro, com prejuízos incalculáveis para a população, mormente aquela mais pobre, necessitada de transporte público, de ônibus escolares, de creches e outros benefícios voltados preferencialmente às camadas mais despossuídas. Jesus repetiria, não só para os cariocas vivendo hoje sob clima de terror e insegurança, as suas palavras de compaixão – “tenho pena deste povo”. Mas a mesma expressão ecoaria nos estados enfrentando a calamidade das finanças públicas, como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, para citar os maiores, estados ricos e poderosos, atualmente falidos. Dos municípios, nem é bom falar, pois a maioria vive à espera das migalhas das transferências federais. O Ceará, quanto a este aspecto falimentar, é exceção à regra, graças ao trabalho do governador Camilo Santana e de seus antecessores, e tem agido com o rigor permitido em lei contra os grupos de marginais a serviço de facções a ou b. Mas as palavras de Jesus – “tenho pena deste povo”, bem poderiam ser o farol a guiar os administradores e políticos faltos desta palavra divina. Guiados por ela, não desperdiçariam os dinheiros públicos em vão, não viajariam sob os mais inúteis pretextos com diárias a peso de ouro. Seriam mais comedidos e menos arrogantes, e não tratariam de sonegar o direito dos menores, mas de cortar na pele as vantagens “legais e imorais” das incontáveis mordomias. Sem esta mudança – de querer sempre mais em desfavor da legião de miseráveis – o Brasil será sempre o país do amanhã.


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