Situação difícil

O Brasil vive uma situação difícil e perigosa. Uma situação de incerteza e de medo do agora e do amanhã. Estados considerados os mais ricos da Federação, como o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul jamais imaginaram se ombrear com estados pobres e até desprezíveis no contexto econômico da vida nacional. Hoje ninguém dorme tranquilo, nem o pobre nem o rico, pois ambos estão sujeitos à insegurança política, econômica, social e institucional, pois o País está dominado pelas facções e pelas milícias, pelo crime organizado e pelo tráfico de drogas.

O desemprego de 13 milhões de pessoas, de outros tantos milhões de jovens sem trabalho e sem estudo, o déficit habitacional, a crítica situação da saúde e da educação, inclusive a crise das universidades, a falta de segurança e os elevados índices de criminalidade - fazem da vida do povo um verdadeiro inferno e um verdadeiro desafio a ser renovado diariamente.

E não se tem para quem apelar, senão para a misericórdia divina. Muitos põem sua esperança nas eleições de outubro. Pura ilusão. As cartas já estão marcadas, e o atual sistema político desautoriza qualquer mudança. A questão da eleição presidencial, esta sim merece maior atenção.

Da eleição até a posse, haverá um vazio de poder de dois meses, entre a proclamação do eleito e a sua efetiva posse na presidência da República. Dois meses é tempo suficiente para acirrar ódios e contendas políticas, por razões óbvias. Assim, o futuro mostra-se incerto e de consequências imprevisíveis para a democracia. Oxalá, a paz floresça nos corações brasileiros diante de tantos desafios.

Eduardo Fontes
Jornalista e administrador