Ser brasileiro

Aqui, está o Brasil, pátria de todos os que nasceram do Oiapoque ao Chuí. Somos os brasileiros. Importante definir-se o que seja um nativo de um País, o que o caracteriza, o que almeja e o que o impede de ser feliz.

Sim, ser brasileiro é sentir-se amado pela natureza que nos deu um País continental, riquíssimo em tudo e por tudo, integrado por uma única raça, sem etnias e idiomas. Sim, somos unicamente brasileiros, nascidos num de seus 26 estados e um Distrito Federal, com suas identidades climáticas, geográficas e população em estágio de desenvolvimento.

Como noutros países, temos a nossa história, iniciada com o descobrimento, com altos e baixos; inicialmente, colônia portuguesa, libertando-se desse jugo, à opção de nossa monarquia. Já no segundo reinado, com D. Pedro II, nosso Brasil se viu apegado a ideias republicanas, e, daí, perpassando por vários governos, trazendo esperança à oferta de uma vida digna a um povo trabalhador, vaidoso de suas riquezas e esperançoso de que seu porvir fosse mais alvissareiro do que tem sido. Essa, a maior frustração nacional.

Ser brasileiro é, também, defrontar-se com anseios comuns no irrefreável intento de ver aprimorada sua cidadania, e, assim, poder sentir essa bela e rica nação enquadrar-se à ascensão ao primeiro mundo. Ser brasileiro é trazer ao nosso convívio firme caráter a guiar este povo a um pedestal do qual se orgulhe, e seja exemplo.

Mas, ser brasileiro não condiz com assimilação dessa patifaria institucionalizada, motivada por quem nunca deveria ser merecedor de gerir nossa vida pública: autoridades em geral, dos três poderes, exceções à parte. Seu encargo foi o de cuidar de bens nacionais.

Ser brasileiro repele conivência com o erro, o desonesto e o aético; não ao pundonor e a confiança da nação. Qual tem sido a compensação da outorga popular senão a decepção?

Antonio Caminha Muniz Filho

Advogado


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