Senado, palco da decisão final

Tramitando na Câmara dos Deputados por um longo período de discussão, agora, pendente, apenas de votação em segundo turno, se aproxima a vez do Senado, na condição de Casa Revisora, discutir a proposta de reforma previdenciária, como preceitua a Carta Magna de 88, na tradição do nosso bicameralismo.

Como, ali, o número de membros alcança somente 81, os contatos serão mais fáceis, o que desponta para algo sem turbulência, exigindo articulação menos cruenta, para convencimento de tendências favoráveis ao Poder Central, ensejando resultados positivos nas abordagens, à frente o líder Fernando Bezerra Coelho, político hábil e competente, cujo trabalho de catequização por entre seus pares, para a chancela da delicada temática, tende a ser melhor sucedido do que nas ações dos dirigentes de bancadas na Câmara.

Como Casa Revisora, nos termos constitucionais, o Senado reveste-se de importância primordial, embora, nessa matéria, deva haver consenso para evitar emendas, a fim de que a proposição não retorne para o reexame dos deputados.

A mobilização a ser procedida tornar-se-á pouco ostensiva, pois não serão tantos os que deverão ser cooptados para rever posições manifestadas na votação anterior, caso tenham sido contrários ao texto debatido na Câmara Federal.

As atenções voltam-se, assim, para o trâmite da polêmica questão de que não prescindirá o Executivo, com vistas a superar um déficit previdenciário cada dia mais astronômico, reclamando urgentes adequações, para a necessária recomposição orçamentária, conforme preconiza o ministro Paulo Guedes.

A arregimentação dos nossos licurgos galvanizará as preocupações do Planalto, num esforço hercúleo para assegurar êxito na decisão final.

Se todos se movimentarem, com força de persuasão, dir-se-á, conclusivamente, a máxima popular segunda a qual “Deus ajuda quem cedo madruga...”.


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