Semana Santa

Vivemos a Semana Santa, período em que, mergulhados numa atmosfera de silêncio e meditação, os cristãos voltam-se à prática de celebrações que rememoram a passagem de Jesus Cristo e seus ensinamentos transmitidos à humanidade. Tempo de oração e reflexão, num mundo tão complexo, conturbado e desigual, que muito precisa voltar-se para as palavras do Senhor. Violência, drogas, preconceito e perseguições continuam sendo grandes chagas que contaminam o convívio dos seres humanos. Cristo, combatido e castigado pelos fariseus que usavam a palavra de Deus apenas para satisfazer interesses materiais, pregou, por suas parábolas, atitudes e a sua aproximação com os excluídos, mensagens de amor, de solidariedade e de colaboração entre as pessoas. Muitas, porém, permanecem ignorantes, desorientadas, distantes da profundidade da doutrina cristã.

A humanidade se ressente, ainda hoje, por não ter atingido esse ideal. Nas famílias, jovens desrespeitam os mais velhos, apelam aos vícios como falsas tábuas de salvação para seus problemas. Outros, completamente desestruturados, invadem escolas, matam inocentes e a si próprios em seguida. Mulheres são agredidas por seus companheiros. A violência se sucede de outras maneiras. No mundo, ainda falta cooperação entre as nações mais ricas e as necessitadas de ajuda, como no caso de Moçambique, na África, assolado pelo ciclone Idai, com mais de 700 mortos e doenças como o cólera, que infectou 1.052 pessoas na esteira de sua destruição. Guerras civis matam inocentes e desestabilizam nações como a Síria e a Líbia, desde 2011, ou o Iêmen, há três anos. Fome, miséria e desespero levam milhares a atravessar mares em balsas, fugindo das guerras, em busca de paz para si próprios e suas famílias! Forçoso é reconhecer que ainda não aprendemos os preceitos de Cristo. Estes e tantos outros problemas instigam-nos a refletir mais sobre esta questão.