Semana da Pátria

Comemora-se a Semana da Pátria, cujo ápice ocorrerá no dia 7. Já foi uma data mais festiva, mas nas cidades do Interior a flama verde-amarela se faz mais presente no peito dos estudantes e nas fanfarras colegiais. Nas capitais já não há o mesmo entusiasmo, por conta dos desmantelos verificados no dia a dia do País. A mãe gentil do Hino Nacional se transformou em madrasta cruel para milhões, não por culpa da Nação em si, mas pelos desmandos cometidos em seu nome e em nome do seu povo.

E o resultado é este: desemprego, violência, fome, miséria. Para alguns muitos, tudo é pouco. Exigem mais direitos, mais isenções de impostos, mais benefícios, mais vantagens. O rol dos privilégios é a perder de vistas. Para muitos da grande maioria, observa-se o contrário: mais exigências fiscais, mais cobranças, mais taxações, mais cumprimentos de metas a serem cumpridas pelos funcionários, menos assistência social, menores salários, maior cota de sacrifícios, maiores índices de assassinatos, de prisões de mulheres, negros e pobres, enfim, o infindável prolongamento das carências e insuficiências da prestação dos serviços públicos essenciais à população.

Mas o 7 de outubro vem aí, trazendo as eleições para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O dia da Independência política do Brasil há de confundir-se e fortificar-se com o 7 de outubro vindouro, reacendendo nos corações descrentes a chama quase apagada da esperança. O povo merece dias melhores e não apenas migalhas caídas das mesas dos poderosos, à semelhança da história bíblica do pobre Lázaro.

Eduardo Fontes
Jornalista e administrador